PSDB – PE

Boletim Tucano (Ano I, número 1) – A crise é Lula

semana 28 de março a 04 de abril de 2005
(Ano I, Número 1)
 
1. A crise é Lula – Está em curso uma operação destinada a jogar a opinião pública contra o Congresso Nacional, como se estivesse lá a origem da desagregação da base parlamentar de Lula e do fiasco da não-reforma ministerial. É uma artimanha para desviar a atenção das confusões armadas pelo PT e da incapacidade de Lula de tomar decisões.

2. Gato por lebre – Essa operação “falsa Geni” tenta pendurar nas costas de Severino Cavalcanti e do Congresso uma conta que não lhes cabe. O epicentro da suposta crise política se localiza do outro lado rua, no Palácio do Planalto, e tem nome: Lula. Foi ele que deixou correr solta a balbúrdia que desaguou na desarticulação política da base aliada. É ao governo dele que o PT deve sua brutal crise de identidade. Foi ele que, ao hesitar durante meses em substituir ministros, montou o palco para as cenas de fisiologismo e cinismo que desmoralizam a política. O espetáculo de desqualificação do Parlamento ora em cartaz é conseqüência, não causa. Confundir causa e conseqüência é vender gato por lebre ao distinto público e não contribui para imunizar o país contra novas turbulências políticas.

3. Cortina de fumaça – Se quiserem conter o suposto clima de radicalização, os moderados de plantão devem, antes, apelar a Lula para que segure sua língua e a de seus “bolsões sinceros, porém radicais”. São eles, e não a oposição, que fazem as críticas mais duras ao governo e que levaram José Genoino a rachar a bancada do PT ao escolher na marra Luís Eduardo Greenhalgh como candidato do partido à presidência da Câmara. “Para fazer um aceno à esquerda do PT”, segundo confessou o próprio Genoino, em entrevista ao jornal Valor. Foi essa tentativa desastrada de acalmar a ala mais barulhenta do PT com os rumos do governo Lula a geradora da tal crise.

4. Terceirizar responsabilidades – A idéia de ameaça à governabilidade, caso a oposição “responsável” não dê uma trégua, é pura bobagem. Não passa de cortina de fumaça soprada pelo próprio governo. Chamar a oposição a resolver problemas que ela não criou é, uma vez mais, recorrer ao velho truque da terceirização de responsabilidades. Por trás dessa operação, está um sofisma: o de que ajudar Lula e o governo é o mesmo que ajudar o país. Não é.

5. Eles que se entendam – Lula e o PT estão na direção e escolhem os caminhos. São eles que devem ao país um freio de arrumação. No banco de trás, a turma da oposição só tem o poder de espernear e cobrar. Exigir-lhe silêncio ou trégua é obrigá-la a participar da manobra diversionista que tenta tapar o sol com a peneira. A crise é Lula e sua obsessão pela reeleição, que o leva a cometer erros, a estimular o clima de vale-tudo e a fazer provocações extemporâneas a uma oposição que tem sido pra lá de moderada.

6. Chega de gastança e aumento de impostos – O governo Lula tenta votar nesta semana a Medida Provisória nº 232, que atualiza parcialmente a tabela de descontos do Imposto de Renda mas aumenta a carga tributária sobre os prestadores de serviços. Para justificar mais esse aumento de imposto, o governo: 1) manipula dados tentando provar que a carga tributária não subiu tanto assim nos últimos dois anos; e 2) diz que se perder receita vai ter que cortar investimentos e programas sociais.

7. Nem uma coisa nem outra é verdade – Um estudo coordenado pelo economista José Roberto Afonso, especialista renomado em tributação, atualmente na assessoria do PSDB na Câmara dos Deputados, mostra que a soma dos impostos e taxas federais aumentou de 23,9% em 2003 para 25% do PIB em 2004. E para onde foi essa arrecadação adicional de mais de 1% do PIB? Não para investimentos e programas sociais, como diz o governo. Foi principalmente para gastos de pessoal e de custeio.

8. Desperdício de dinheiro – O exemplo mais vergonhoso da gastança: na Presidência da República, que deveria dar exemplo de austeridade, os gastos de pessoal em 2004 aumentaram 212% em relação ao último ano do presidente Fernando Henrique Cardoso, e os gastos de custeio aumentaram 112%. Em português claro, Lula esfola o contribuinte para financiar o inchaço da máquina e dar emprego aos seus companheiros do PT e da CUT.

Ver mais