01 de junho de 2005 (Ano I, Número 13)
Cai a máscara – Por ordem de Lula, o PT vai tentar, por todos os meios, barrar a instalação da CPI dos Correios. Se for instalada, tentará impedir que funcione. O presidente da República e seu partido traem, assim, a vontade da maioria dos eleitores, favoráveis à CPI. A pesquisa de opinião da CNT/Sensus, divulgada nesta terça-feira, aponta a corrupção como o principal motivo de vergonha, hoje, para os brasileiros. Ultrapassou a violência, até então imbatível entre as mazelas que mais atingem o orgulho nacional.
PT: quem te viu, quem te vê – Até chegar ao poder, o PT exigia CPI a torto e a direito. É inesquecível o slogan que o partido usava até outro dia: Roupa suja se lava em CPI. Mudaram de idéia sem combinar nem com os eleitores petistas. A alegação para a operação-abafa CPI é de que a Polícia Federal e sindicâncias internas já fazem uma “apuração rigorosa.” A mesma desculpa foi usada para impedir a instalação da CPI dos Bingos no Senado, que investigaria também o companheiro Waldomiro Diniz, filmado quando negociava com um bicheiro propina e dinheiro para financiar campanhas do PT.
Cadê Waldomiro? – Está livre, leve e solto. O tal “inquérito rigoroso” da Polícia Federal se arrasta ou dorme em alguma gaveta. Ninguém sabe o que foi – e se foi – apurado. Geraldo Magela, candidato do PT a governador do Distrito Federal em 2002, a cuja campanha o próprio Waldomiro confirmou ter encaminhado R$ 100 mil extorquidos do bicheiro Carlinhos Cachoeira, foi premiado há pouco tempo com a presidência do Banco Popular do Brasil, ligado ao BB.
A CPI e a cidadania – A grande diferença entre a apuração de uma CPI e as supostas investigações da Polícia Federal está na transparência e na independência do Poder Legislativo. A oposição tem acesso e pode cumprir sua obrigação de fiscalizar e denunciar, a mídia acompanha, vigia e também denuncia e a sociedade é informada de tudo o que se passa.
Maracutaia – Essa palavra foi popularizada em todo o Brasil pelo então candidato Lula, nas eleições presidenciais de 1989, quando perdeu para Collor. Desde então, Lula vendia a imagem de que era o homem certo para varrer as maracutaias dos poderosos com o dinheiro público. Depois que chegou ao poder, a palavra caiu de moda. A indignação com as maracutaias foi substituída por cheques em branco passados pelo presidente Luís Inácio a parceiros citados em denúncias.
Na defensiva – Acuado pela sucessão de escândalos em estatais loteadas sem critérios nem limites, o PT se empenha em desviar as atenções de sua falta de argumentos para justificar a traição a tudo o que sempre disse defender. E parte para o velho denuncismo leviano e irresponsável. No site do partido, requenta uma série de vilanias que usou contra o governo Fernando Henrique, como arma política para chegar ao poder. O PSDB desmonta, em seu site, a mais nova velha farsa do PT.
Esqueçam o que eu disse – É o que Lula gostaria de pedir ao país. Mas nós lembramos o que ele e os altos companheiros diziam de CPIs quando estavam na oposição.
Lula, em abril de 2001: “Um presidente da República não pode aparecer em público e impedir uma CPI como está fazendo o Fernando Henrique, até porque não é apenas uma denúncia, são muitas.”
Lula, em agosto de 2000, cobrando CPI sobre Eduardo Jorge: “Eu diria que o presidente está tomando uma posição de covarde. Quem não deve não teme.”
José Genoíno, em abril de 1999: “Essa questão de abafar a CPI dos bancos só no Senado é um caminho perigoso, porque vai parecer cumplicidade do governo e do Senado diante de fatos graves.”
José Dirceu, em maio de 1997: “O governo está agindo como réu confesso ao pressionar contra a CPI.”