26 de abril de 2005 (Ano I, Número 7)
O dever da oposição – O ministro José Dirceu perguntou: “Quem é o PSDB para dizer que o nosso governo é ineficiente?” Nós, tucanos, podemos responder: somos um partido criado e provado na luta por democracia, por uma sociedade mais justa e pelo progresso do Brasil. Um partido que no governo soube trabalhar por esses ideais com firmeza e competência, ao lado de homens como Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas e muitos outros. Isso nos dá o direito e o dever de criticar os desacertos do governo Lula.
Governo do faz-de-conta – Se parasse para se informar, entre uma viagem e outra, sobre o que se passa com seu governo, Lula saberia que o selo da incompetência colou, não por causa da oposição, mas pelo mau desempenho do próprio governo. Tomar conhecimento dos erros seria o primeiro passo para, quem sabe, corrigi-los. Em vez disso, Lula reuniu os ministros mais próximos e resolveram… torrar mais dinheiro em propaganda oficial.
Incompetência rima com prepotência – Com todo o espaço que ocupa nos meios de comunicação para se auto-elogiar, este governo ainda se incomoda com as críticas. No fundo gostaria de calar a oposição, como Fidel Castro sempre fez e Hugo Chávez está conseguindo fazer. Será isso que Lula tinha na cabeça quando afirmou num discurso que a Venezuela de Chávez “já foi um pouco mais para a frente”? De fato, para quem queria um Conselho Federal de Jornalismo com sindicalistas ligados ao PT patrulhando a imprensa, a lei que Chávez acaba de impor sujeitando à prisão quem o “difamar” deve parecer um avanço.
Fiasco no Equador – A simpatia de Lula por ditadores e candidatos a ditador começa a fazer estrago na imagem do Brasil. Lucio Gutiérrez foi outro que ganhou elogios de Lula, ainda na véspera de ser afastado da presidência pelo Congresso depois de tentar amordaçar o Judiciário. Elogios de Lula antes da queda, asilo político depois.
Respeito à Constituição é bom… para os outros – No meio da crise, o ministro das Relações Exteriores de Lula esqueceu o princípio da não ingerência nos assuntos de outro país e questionou publicamente se o Congresso equatoriano tinha respaldo na Constituição para afastar Gutiérrez. Falou demais. Já o ministro da Justiça de Lula falou de menos. Aliás, não deu um pio sobre a intervenção do Ministério da Saúde nos hospitais do Rio de Janeiro, que o Supremo Tribunal Federal decidiu por unanimidade que não tinha apoio na Constituição brasileira.
O espetáculo da gastança – Lula gasta muito e gasta mal. As despesas do governo federal têm aumentado descontroladamente. Em 2004 subiram mais de 20% em relação a 2003. Para onde foi o dinheiro? Para a contratação de funcionários (em cargos de confiança para os afilhados políticos, principalmente) e gastos de custeio da máquina. Já os investimentos caíram pela metade, de R$ 22 bilhões em 2001 para menos de R$ 11 bilhões, em 2004.
Campeão mundial dos juros – Outra despesa que Lula e seus auxiliares são incapazes de controlar é o pagamento dos juros da dívida do governo para com os bancos privados. O Banco Central acabou de aumentar a taxa básica de juros, chamada Selic, para 19,5%. Descontada a inflação, a taxa real é de 13%, de longe a maior do mundo.
“Austeridade” às custas do contribuinte – Incompetente para controlar despesas, Lula tem fechado as contas do governo aumentando a carga tributária. Nos oito anos de FHC, os impostos e contribuições arrecadados pelo governo federal foram, em média, 17,9% do PIB, descontadas as trasferências para estados e municípios. Nos dois anos de Lula a média saltou para 21,1% do PIB, e continua aumentando.
Realimentando o dragão da inflação – Os economistas do governo dizem que os juros altos são necessários para conter a inflação. Mas o aumento da carga fiscal para pagar os juros acaba realimentando a inflação, que justifica mais aumento dos juros. É um círculo vicioso. Resumindo, a política econômica da qual Lula se orgulha está sufocando o contribuinte, desestimulando os investimentos e a geração de empregos e vai acabar comprometendo o crescimento da economia.