O Brasil vai entrar no Livro Guinness dos Recordes depois da decisão do governo de Fernando Henrique Cardoso de criar o maior parque ecológico nacional do mundo, com 3,8 milhões de hectares, um território maior que o da Bélgica. Até agora o maior parque nacional do planeta ficava no Congo, com uma superfície de 2 milhões de hectares, quase a metade do que será o brasileiro.
O ministro do Desenvolvimento Agrário brasileiro, Raul Jungmann, salientou que a nova medida protegerá essas terras dos fazendeiros e grileiros, que nos últimos anos se apropriaram de terrenos através de escrituras de propriedade falsificadas, em conivência com juízes e políticos corruptos.
O parque, que terá o nome de Tumucumaque, está situado na região do Oiapoque, no Amapá, zona fronteiriça com o Pará. A única exploração que se permitirá será a do ecoturismo controlado, em espaços muito determinados, e pesquisas ambientais e ecológicas. A notícia, antecipada à imprensa pelo ministro Jungmann, será comunicada oficialmente nos próximos dias à população pelo presidente da República. Fernando Henrique Cardoso também vai anunciar a criação de 12 novas áreas de conservação ambiental em todo o país. A ex-presidente do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente) Marília Marreco afirma que com essa decisão do governo o Brasil ¥está duplicando as áreas de conservação ambiental¥.
Os analistas brasileiros, que sempre criticaram certa passividade das autoridades diante dos especuladores que se apossaram ilegalmente de milhões de hectares de terras cheias de riquezas ambientais, aplaudiram nesta quarta-feira a decisão, embora salientando que boa parte desses avanços foram conseguidos graças às pressões dos meios de comunicação mundiais e das organizações internacionais de defesa do meio ambiente, que todos estes anos não deixaram de criticar o saque dos tesouros ambientais do Brasil, um país que possui, entre outras coisas, 32% da água potável do planeta.
Tradução: Luiz Roberto Mendes Gonçalves