O presidente do PSDB-PE, deputado federal Bruno Araújo, foi taxativo ao afirmar que está assegurada a posição do partido na chapa majoritária do grupo oposicionista “Pernambuco Quer Mudar” nas eleições deste ano ao governo do Estado. “Em qualquer circunstância o PSDB estará na chapa majoritária. Não sei em que posição. Não vou fugir ao meu papel dentro do que encontrarmos como melhor propósito para apresentar um grande projeto aos pernambucanos”, disse o tucano em entrevista nesta sexta-feira (23) a rádio Cultura de Caruaru, no Agreste.
Bruno destacou que as oposições – encabeçadas pelo PSDB, PTB, MDB e DEM – não se apresentarão nessa eleição apenas como um grupo adversário do atual governo. “Não vamos escolher um candidato apenas para se opor a Paulo Câmara. Mas para apresentar um projeto de esperança, esse é o propósito. Há cheiro no ar de que Pernambuco quer experimentar outro movimento político. Pernambuco é um estado de alternância”, disse.
Ainda sobre as eleições locais, o presidente do PSDB-PE informou que o partido terá uma chapa única para a disputa proporcional. “Teremos chapa única para deputado federal e estadual. Estaremos todos juntos. Na composição de lá, o governador vai ter problemas. Os insatisfeitos de lá venham pra cá que serão acomodados. Se não forem atendidos lá, venham que a gente ajusta dentro do melhor projeto para Pernambuco”, convidou.
Na avaliação de Bruno Araújo, o palanque governista deve se compor com o PSB e PT e, nesse contexto, ambos terão muito de explicar aos pernambucanos, previu. “O PT vai ter de se de juntar com quem eles acusam de golpistas (referindo-se ao voto do PSB em favor do impeachment da ex-presidente Dilma). Vão ter de explicar isso à população”, alertou.
No entanto, o embaraço maior do atual governador em defesa de sua reeleição, na avaliação do parlamentar, será a de se explicar porque não deu certo no comando do estado, deixando claro, segundo Bruno Araújo, que “há um erro grande no discurso de que técnico é o melhor para governar”.
“Pela sua força, o ex-governador Eduardo Campos apresentou Paulo Câmara para sucedê-lo, visando alguém fundamental para dar continuidade a um projeto que vinha a passos largos. O que se confirmou foi um grande loteamento. Um conjunto de lideranças mandando e quem menos manda é o governador. Paulo Câmara perdeu a liderança”, disse.
Segundo o presidente do PSDB-PE, “não há hoje uma única obra, na prática, sendo tocada com recursos do governo do estado”. “Todas são viabilizadas pelo governo federal e o governador esconde isso. A duplicação da BR-104, por exemplo, pode parar. O contrato era R$ 400 milhões, dos quais R$ 330 veio do governo Temer. Não entrou um real até hoje do estado. Temer é quem paga essa conta”, frisou.
Bruno Araújo também comentou a atual situação do ex-presidente Lula que enfrenta uma condenação em segunda instância no caso do triplex do Guarujá (SP). O petista não apenas foi condenado, como teve sua pena aumentada para 12 anos e um mês de prisão. O tucano reconheceu que Lula foi um presidente “excepcional” para Pernambuco, ao contrário de sua sucessora, Dilma Rousseff, que “deixou a desejar”.
“Dilma é a mãe dos 12 milhões de desempregados hoje no Brasil. Já Lula foi um presidente excepcional para nosso estado. Não tenho como ir para a rua sem reconhecer isso. Mas a situação de Lula será definida pela justiça, A gente precisa ter líderes para contar a história. Lula deixou de ser um líder, deixou de ser um exemplo. E a gente é quem tende a perder o desenho da sua biografia. Lamento enquanto cidadão no que Lula se transformou. Jamais vou comemorar o que possa acontecer a ele”, disse.
Na sucessão presidencial deste ano, Bruno acredita que o embate se dará novamente entre PSDB e PT. Aposta, no entanto, que os brasileiros vão encarar as urnas “motivados pela esperança”. “E o nosso candidato Geraldo Alckmin traz essa esperança. É um homem de muita fé, de rígida formação, já foi candidato a presidente e conhece o Brasil inteiro. Alckmin é maduro para ser um presidente não apenas de um estado mas de quem pensa no país”.
Por fim, o deputado federal Bruno Araújo falou sobre sua passagem pelo Ministério das Cidades. Lembrou das obras que tirou do papel e das pendências deixadas pelo governo do PT, todas honradas em sua gestão. Quanto a Pernambuco, foram 110 municípios atendidos com obras enquanto Bruno esteve no ministério. “Se não tivesse um ministro do estado, esses recursos iriam para São Paulo. Eu estava no caminho certo: no de devolver a Pernambuco o que ele precisa e merece”.
“Colocamos todas as obras para andar no ministério das Cidades. Não devemos um único centavo das obras que estavam paradas. Deixamos, portanto, um grande ativo de amigos e credibilidade no país inteiro que será revertido agora para Pernambuco. O governo voltou atrás no curso de motorista para renovar a CNH, que não fazia o menor sentido. Como ministro coloquei isso na gaveta. Não deixamos isso acontecer na época de ministério”, lembrou.
Acompanharam a entrevista do presidente do PSDB-PE a rádio Cultura de Caruaru, os prefeitos tucanos Edson Vieira (Santa Cruz do Capibaribe), Joãozinho Tenório (São Joaquim do Monte) e a prefeita da capital do Agreste, Raquel Lyra, além do ex-governador João Lyra.