Brasília – O líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE), chega ao fim de seu mandato à frente da bancada tucana com uma atuação muito destacada. Este ano, o parlamentar precisou orientar seus pares em matérias de peso e importantes para o Brasil, incluindo a criação do Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp), a distribuição dos royalties do petróleo e o novo Código Florestal.
Advogado, natural de Recife, em plena atuação, cumprindo o segundo mandato pelo partido, Bruno Araújo concedeu uma entrevista exclusiva ao Portal do PSDB, onde faz uma avaliação sobre a sua participação na liderança da legenda na Câmara e na Casa.
Qual o balanço que o senhor faz da sua atuação como líder em 2012?
Bruno Araújo: foi uma honra ter exercido ao longo deste ano a liderança do PSDB na metade do meu segundo mandato como deputado federal pela elevada qualidade dos nossos parlamentares e pelo papel reservado ao nosso partido no processo democrático. Nosso objetivo foi desempenhar o papel de oposição firme, porém, propositiva. O parâmetro para a atuação foi o legado dos dois governos Fernando Henrique Cardoso, com ações estruturantes para o desenvolvimento sustentável do país. A partir disso, cobramos eficiência do governo, rigor na aplicação dos recursos públicos, transparência nas ações e o cumprimento das promessas.
Como o senhor avalia o desempenho da bancada?
Bruno Araújo: a atuação da nossa bancada foi muito marcante, coesa e participativa no debate de ideias, sobretudo no contraponto ao governo e na fiscalização das ações e também da falta de ações por parte do Planalto. O PSDB também teve um papel importantíssimo na CPMI do caso Cachoeira, defendendo a todo instante um trabalho isento e, diante da falta de interesse da base do governo em investigar a empresa Delta, a maior empreiteira do PAC, fomos até o Ministério Público Federal pedir que a apuração prossiga. O que observou é que a CPI foi criada, a partir de um comando do ex-presidente Lula, para prejudicar o governador Marconi Perillo (GO). Nossa bancada, coordenada pelo nosso próximo líder, deputado Carlos Sampaio, precisou ter – e teve – um posicionamento firme e constante para denunciar isso durante toda a CPI.
Quais os principais projetos debatidos e como o PSDB participou?
Bruno Araújo: dentre os assuntos que tiveram debates mais intensos, destaco a criação do Fundação de Previdência Complementar do Servidor Público Federal (Funpresp) , a distribuição dos royalties do petróleo e o novo Código Florestal. Na criação do Funpresp, o PSDB manteve a sua coerência, enquanto o PT, que passou a vida criticando esse modelo de Previdência, teve dar o braço a torcer e aprovar a matéria. Nos royalties, a ânsia do governo em alterar gratuitamente um modelo vitorioso de exploração do petróleo acabou deflagrando uma guerra entre os entes federados, uma agressão ao pacto federativo. A incoerência do PT também ficou evidente na forma como tratou a emenda que apresentamos à MP 563 e que zera a alíquota de impostos de produtos da cesta básica. A emenda reproduziu projeto de lei apresentado por parlamentares do PT, foi aprovada por unanimidade, mas vetada pela presidente Dilma. E as incongruências não pararam por aí. Na votação da MP 579, sobre a renovação das concessões das empresas de energia, a legenda defendeu destaque que isentava as contas de energia de PIS e Cofins. No entanto, a base do governo não permitiu a aprovação. Ora, se a intenção é reduzir o valor das contas, por que o governo não abre mão dos impostos federais?
Qual é a expectativa para 2013?
Bastante positiva. Será o primeiro ano de mandato dos prefeitos eleitos, de vereadores e, neste sentido, vamos procurar caminhar juntos, auxiliando-os. O fortalecimento do partido nos municípios é fundamental. Além disso, o próximo ano é pré-eleitoral e isso irá exigir de nossa bancada um grau de oposição mais elevado. Tenho plena certeza de que o deputado Carlos Sampaio fará um excelente trabalho. Ele é extremamente preparado e experiente, trabalha em conjunto. É um dos maiores quadros do partido.