O desgaste sofrido pelo Partido dos Trabalhadores ao longo dos últimos meses vem fazendo com que a maioria dos candidatos da legenda nas eleições municipais deste ano se mantenham neutros em relação ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Como destaca matéria publicada pelo jornal Correio Braziliense nesta segunda-feira (5), são raríssimos os casos em que concorrentes filiados à sigla têm falado em “golpe”. Até mesmo o uso de roupas vermelhas tem sido evitado pelos petistas em suas propagandas eleitorais.
Ouvido pela reportagem do Correio, o professor de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) Ricardo Caldas destacou que o candidato que usar o discurso de golpe terá chances pequenas de ser eleito. “Dificilmente, um candidato desse partido será eleito. Ele se manterá neutro e vai esperar a rejeição cair naturalmente”, afirmou.
O analista de marketing político Marcelo Vitorino acredita que o impeachment de Dilma só deve ser abordado pelos candidatos do PT em forma de desculpas. “Eles podem falar que o PT se deixou levar pela máquina eleitoral e que os erros servirão para que o partido se reconstrua”, ressaltou.