O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, defendeu, nesta quarta-feira (15/02), que a definição do novo ministro da Justiça seja feita sem pressões partidárias sobre o Palácio do Planalto. Em entrevista coletiva no Senado, Aécio Neves afirmou que o partido apoiará qualquer nome que vier a ser indicado pelo presidente Michel Temer, desde que tenha qualificação e capacidade para assumir o ministério.
“O PSDB apoia qualquer nome qualificado que o presidente da República vier a indicar. Essa não pode ser uma indicação partidária. Vejo muitas especulações de que o partido “A” prefere o nome desse ou daquele candidato. O PSDB estimula que esta escolha possa ocorrer o mais rapidamente possível, mas ela deve ser despartidarizada. O cargo de ministro da Justiça não combina com indicações partidárias”, afirmou o senador Aécio Neves.
Comissões do Senado
Aécio falou com a imprensa após se reunir com o presidente do Senado, Eunício Oliveira. O tema do encontro foi o atraso na indicação, pelos partidos, dos senadores que integrarão as comissões da Casa, o que vem impedindo a tramitação de projetos de lei. O senador tucano defendeu a próxima terça-feira como data final para a escolha dos nomes por parte das lideranças dos partidos.
“Conversei com o presidente Eunício sobre a definição – que precisa ser urgente – das comissões. Precisamos começar a fazer os projetos tramitarem. Não podemos esperar mais uma semana. Tem gente já falando para depois do carnaval. O PSDB defenderá que terça-feira, em não havendo consenso, haja a escolha das comissões pela ordem de precedência, como já fizemos várias vezes em vários anos, tanto no Senado quanto na Câmara”, ressaltou Aécio Neves.
Abaixo, íntegra da entrevista:
Quais as comissões que o PSDB tem?
Conversei com o presidente Eunício sobre a definição – que precisa ser urgente – das comissões. Precisamos começar a fazer os projetos tramitarem. Há já um entendimento que o PSDB assumirá a Comissão de Assuntos Econômicos, que é vital inclusive para a agenda econômica do governo, mas não houve acordo. Então, estamos defendendo que, na terça-feira da semana que vem, na reunião dos líderes, haja a escolha pela ordem de precedência, obviamente calculada a partir do tamanho das bancadas ou blocos. Não podemos esperar mais uma semana. Tem gente já falando para depois do carnaval. O PSDB defenderá que terça-feira, em não havendo consenso, haja a escolha das comissões pela ordem de precedência, como já fizemos várias vezes em vários anos, tanto no Senado quanto na Câmara.
A Comissão de Meio Ambiente vai ficar com o PSDB?
Da nossa parte, se houver entendimento de que ambas a CAE e a CMA fiquem com o PSDB, da nossa parte está ok. Mas se outros partidos não concordarem, vamos fazer escolhas e tem outras alternativas que podem interessar ao PSDB, a própria Comissão de Relações Exteriores, onde temos uma atuação já no governo com o ministro José Serra ou a própria Comissão de Educação.
O partido tem quadros muito qualificados. Já estou defendendo que a escolha se dê pela ordem de precedência se não houver um acordo fechado até o início da semana que vem.
Esse impasse atrasa a pauta?
É uma pena. Já era para ter sido resolvido se a maioria dos líderes tivesse colocado pela ordem de escolha, pela precedência, já teria sido resolvido. Mas deu-se um prazo. Acho que o limite é este. É terça-feira. Este é um prazo limite da grande maioria dos líderes. A partir daí vamos começar a fazer as outras comissões trabalharem como a CCJ já está trabalhando.
O PSDB apoia o nome do ministro Carlos Velloso para o Ministério da Justiça?
O PSDB apoia qualquer nome qualificado que o presidente vier a indicar. Essa não pode ser uma indicação partidária. Vejo muitas especulações de que o partido A prefere o nome desse ou daquele candidato. O ministro Velloso é um extraordinário nome. O deputado Rodrigo Pacheco, de Minas, tem qualidades também, apesar de estar no seu primeiro mandato e que poderia cumprir ali um bom papel.
O PSDB estimula que esta escolha possa ocorrer o mais rapidamente possível, mas ela deve ser despartidarizada. O cargo de ministro da Justiça não combina com indicações partidárias. Mas sem dúvida alguma, pelo menos esses dois nomes que são do meu estado de Minas Gerais são nomes altamente qualificados.
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