A Sua Excelência o Sr.
Ariel Sharon
Exmo. Sr. Primeiro-ministro,
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) expressa seu veemente protesto pela presença e pelos atos praticados por tropas israelenses na Cisjordânia e em Gaza, contrariando reiteradas resoluções das Nações Unidas e ignorando os apelos internacionais pelo cessar das hostilidades e pela retomada das negociações entre seu governo e a Autoridade Palestina.
Coerente com os princípios social-democratas, o PSDB entende que sem o respeito aos direitos individuais e coletivos não há paz ou desenvolvimento duradouro e que as negociações políticas são a única forma aceitável de solução para os conflitos entre coletividades humanas.
O PSDB respalda de forma irrestrita a posição sustentada pelo governo brasileiro em relação ao Oriente Médio como um todo e à questão palestino-israelense. Assim como o Governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, o Partido reconhece o direito de todos, israelenses e palestinos, a uma vida segura e à autodefesa. Da mesma forma, condena as agressões, principalmente as praticadas contra a população civil, partam elas de grupos clandestinos ou de forças armadas regulares.
Saiba, Sr. Primeiro-ministro que o PSDB, como a população brasileira de um modo geral, se orgulha do fato de que o Brasil contribuiu para o estabelecimento do Estado de Israel e de ter participado de forças internacionais de paz na região. Como é de seu conhecimento, excetuando-se a participação na Segunda Guerra Mundial como parte do esforço aliado contra o nazi-fascismo, há mais de 100 anos as Forças Armadas Brasileiras só têm sido mobilizadas em esforços de paz (Oriente Médio, Angola e Timor), para citar apenas as ocasiões mais recentes.
É precisamente a vocação pacifista do Brasil que leva o PSDB a insistir na necessidade de suspensão de ações militares que apenas conduzem à desestabilização política da região e à uma interminável escalada de ódios e retaliações.
O PSDB finaliza esta mensagem conclamando-o a conduzir a milenar coragem e tenacidade que caracterizam o povo hebreu no sentido da paz, sabendo que se trata de um caminho difícil, minado pelas provocações e pelos gestos covardes daqueles que, de parte a parte, transformaram o direito à defesa em mero pretexto para a mais ignóbil violência. Se a opção de Israel for pela via das negociações, terá o Brasil e os brasileiros como colaboradores dedicados.
É nosso ardoroso desejo.
Comissão Executiva Nacional