A crise subiu a rampa do Planalto com a delação premiada de Ricardo Pessoa, engenheiro da construtora UTC e tido como “chefão” do grupo de empreiteiras que movimentou bilhões em propina, surrupiados especialmente da Petrobras.
O executivo relatou encontros em que discutiu contribuições políticas com atuais ministros do governo Dilma e tesoureiros petistas, reforçando as suspeitas de que as campanhas do PT foram financiadas com recursos de origem ilícita, fruto de contratos mantidos por grandes empreiteiras com estatais.
Parlamentares do PSDB alertam que o cerco está se fechando para a presidente da República e avaliam que a situação dela é cada vez mais complicada.
Vejam o que disseram os tucanos:
“O cerco é cada vez maior. E, como diz aquela expressão erga omnes usada numa operação pela Polícia Federal, mais do que nunca, a lei é para todos. Quem cometeu os delitos, vai ter que responder por eles”, presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves em entrevista à “Folha de S.Paulo”.
“As revelações são como uma bomba no colo da presidente Dilma e exigem uma explicação cabal já que as justificativas apresentadas ainda são insuficientes. Caso contrário, será reforçada a tese do impeachment discutida há tantos meses pela sociedade”, avalia o vice-presidente nacional do PSDB, deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) em seu perfil no Facebook.
“A cada delação, mais nomes do governo e do entorno da presidente vão sendo envolvidos no esquema de corrupção da Petrobras. À medida que as investigações avançam, tomam corpo as suspeitas de que as campanhas que elegeram e reelegeram Dilma foram irrigadas com recursos ilícitos”, afirmou Nilson Leitão (MT) no exercício da Liderança do PSDB na Câmara.
“Eu sempre disse que os fatos levavam à conclusão de que Dilma foi eleita com recursos espúrios, frutos da corrupção de seu governo e da Petrobras! Eis aqui a prova que faltava!”, escreveu o líder da bancada do PSDB, Carlos Sampaio (SP), em seu perfil no Facebook.
“Envolvem diretamente o PT, ministros deste governo e a campanha da Dilma com dinheiro sujo do petrolão. Tudo isso acrescido dos problemas no TCU impulsionam o processo de impeachment da presidente”, avaliou vice-presidente da CPI da Petrobras, deputado Antonio Imbassahy (BA).
“A cada delação premiada, a cada revelação, vemos que o PT de Dilma e Lula mergulharam o Brasil numa crise ética, um péssimo exemplo para as próximas gerações. Com isso, ela perde, cada vez mais, as condições de governar o país. Ninguém mais a apoia, nem a população e nem os próprios ‘aliados”, deputado federal Marcus Pestana (MG).
Marco Tebaldi (SC) afirma que Dilma está num beco sem saída, e a renúncia ou o impeachment aparecem no horizonte. O tucano lembra que as revelações surgem num momento em que até mesmo o ex-presidente Lula tem se distanciado de Dilma e o próprio PT vive uma crise interna. O parlamentar acredita que as investigações ainda chegarão, com mais força, ao grande responsável por toda corrupção instalada no cerne do governo.
“O Brasil não consegue sustentar, em termos de investimento, de economia, se não tiver credibilidade. E a Presidente não tem mais credibilidade para governar este país”, deputado federal Izalci (DF).