Brasília (DF) – Com o início da retomada do crescimento econômico e ajuste das contas externas, o Brasil já está liberado de integrar o grupo dos “cinco frágeis” em relação ao câmbio. Criado em 2013 pelo banco Morgan Stanley, o termo engloba as economias mais vulneráveis ao aumento das taxas de juros nos Estados Unidos e ao fortalecimento do dólar por causa de seus grandes déficits em conta corrente e de seu nível de inflação para o consumidor relativamente alto. Apesar de o país ainda ser lembrado como um dos membros do grupo em relatórios de bancos estrangeiros, economistas que atuam na Europa consideram a colocação injusta.
Segundo o jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira (30), fazem parte da lista o real brasileiro, a lira turca, o rand sul-africano, a rúpia indiana e a rúpia indonésia. O termo voltou a surgir com a disparada do dólar desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, passou a ser avaliado como uma possibilidade real na Casa Branca.
O chefe de pesquisa macroeconômica para América Latina da consultoria Oxford Economics, em Londres, Marcos Casarin, avaliou ao jornal que, dado o novo cenário político mundial, já seria hora de alguma substituição, como a saída da Índia e do Brasil e a entrada do México, cujo peso vem sentindo os efeitos da nova administração americana.
O analista lembra que os cinco países foram considerados frágeis porque tinham problemas em seus balanços de pagamento. “A necessidade de financiamento externo era maior do que o Investimento Direto no País (IDP) e esses países precisavam ir a mercado buscar dólares”, explicou.
Balança comercial
De acordo com a reportagem, em 2016, o déficit da conta corrente brasileira fechou em US$ 23,5 bilhões, ou 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Um ano antes, a relação era de 3,3%. A principal contribuição para a redução do rombo veio da balança comercial.
A diretora de Pesquisas Econômicas do Haitong Bank em Lisboa, Sandra Utsumi, ressalta que o Brasil sofreu menos com a volatilidade recente em relação a outras moedas porque foi visto uma retomada dos preços das commodities. “Com isso, houve melhora da performance dos países que são exportadores de matérias-primas metálicas”, afirmou.
Os profissionais também citaram que outro ponto favorável ao Brasil foi a mudança de percepção política, a aprovação de temas pelo Congresso que vão melhorar os fundamentos do país, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que impõe um teto para o crescimento dos gastos.
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