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Com saída de Dilma, PT perde hegemonia na esquerda

alx_lula-pt_originalApós 36 anos de existência e 13 no comando do país, o PT perdeu mais do que a Presidência da República com o afastamento de Dilma Rousseff. De acordo com matéria do jornal O Estado de S.Paulo desta quinta-feira (12), o partido já não tem nem mesmo a hegemonia dentro da esquerda brasileira.

Segundo o jornal, estudiosos, dirigentes e petistas históricos avaliam que, a partir deste dia histórico para o país, o PT será forçado a negociar de forma mais flexível com partidos como PSOL e PCdoB, além de movimentos sindicais e os coletivos da nova esquerda, antes tratados como linha auxiliar. “O PT perdeu a hegemonia da esquerda. Para se transformar em um partido de oposição neste novo cenário, vai ter que compartilhar um espaço que até agora era só dele e discutir se, no caso de Lula não se viabilizar em 2018, vai apoiar um candidato de outro partido como Ciro Gomes (PDT)”, avaliou ao Estadão o jornalista Celso Marcondes, diretor do Instituto Lula, se referindo à possibilidade do ex-presidente ser impedido de disputar as próximas eleições devido às investigações da Operação Lava Jato.

Segundo o Estadão, o PT terá de lidar com as sequelas do fracasso político e econômico do segundo mandato da presidente afastada, o sentimento antipetista que permeia todas as faixas do eleitorado e a iminência de uma grande derrota nas eleições municipais deste ano. Também preocupa o partido a continuidade e os desdobramentos da Lava Jato, a debandada de prefeitos e vereadores e as ameaças de fragmentação da bancada petista na Câmara dos Deputados, onde um grupo ameaça aderir ao governo Michel Temer e outro busca há meses saídas à esquerda do PT.

Pesquisa

Um estudo da Fundação Perseu Abramo, ao qual o Estadão teve acesso, indica que a imagem de que a sigla “veste a camisa” do povo ficou abalada. A pesquisa aponta que o PT caiu no ranking de preferência partidária de 28% em maio de 2014 para 14% em novembro de 2015.

O levantamento também mostra que a rejeição ao PT aumentou de 18% para 32%. Em março de 2013, 52% dos eleitores diziam que o PT era o partido que defendia os brasileiros, agora são apenas 14% e o porcentual de pessoas que o viam como o partido das reformas caiu de 43% para 9%. Tristeza, decepção,vergonha, revolta, surpresa, frustração, desespero e insegurança estão entre as palavras usadas pelos entrevistados para se referir à legenda.

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