Chego ao final deste mandato de deputado federal e posso dizer que servi com muito orgulho ao meu povo e ao meu país. Nessas breves linhas, farei de tudo para fugir dos clichês, mas não posso deixar de afirmar que, durante os quatro anos de Câmara Federal, busquei combater o bom combate e servir com o compromisso de fazer o melhor para ajudar o Brasil a sair da pior crise econômica da sua história.
O quadro econômico degradado com juros altos, desemprego de 13 milhões de brasileiros, PIB estagnado. Tudo se tornou ainda mais grave com uma crise política que desmoralizou partidos e instituições, criando uma profunda indignação na sociedade e um desejo imenso de mudança e subversão do atual sistema político.
Diante desse ambiente, para quem esteve na linha de frente como eu estive, existem alguns caminhos. A primeira opção seria surfar na onda da revolta popular, pegando carona na demagogia daqueles que prometem o paraíso na terra; ou, a segunda opção, ter responsabilidade e atuar na defesa de matérias que nem sempre são populares ou de fácil compreensão para os cidadãos. Tudo isso, tendo como pano de fundo um processo profundo de negação da política.
A minha escolha foi pela responsabilidade pública. Assim o fiz quando me posicionei diante do impeachment de Dilma, cuja gestão legou ao país esse caótico cenário econômico; foi assim quando atuei de forma aguerrida no Conselho de Ética para aprovar o relatório que abriu alas para cassar Eduardo Cunha, presidente da Casa, que usava o cargo para achacar adversários e empresários; foi assim no caso do presidente Michel Temer, momento em que usei a mesma régua que julguei os casos anteriores.
Paguei o preço do desgaste dessa conturbada legislatura, o preço do desgaste do meu próprio partido, que não soube responder as denúncias contra membros importantes, o preço de preferir votar com minha consciência em matérias complexas e que, muitas vezes, não tinham a aprovação popular, mas que estão colocando o país em outro patamar, a exemplo da recente inversão da curva do desemprego após três anos.
Não posso e não me arrependo do que fiz pelo Brasil, visto que minhas posições foram sempre na perspectiva de superação da crise econômica que afetou a nossa nação. Hoje, felizmente, o país volta a dar sinais de recuperação e posso dizer que dei minha pequena contribuição nesse sentido.
Mas, em meio a tanta turbulência, houve tempo para contribuir com mudanças positivas. Como membro-titular da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante da Câmara, relatei matérias importantes assim como também o fiz nas comissões especiais.
Na CCJ, tenho uma estima especial pela PEC 282/2016, que instituiu pequenas, porém significativas, alterações no sistema político brasileiro, tão questionado por tantos da própria política, mas quase sempre com palavras ao vento.
Modificações como a cláusula de desempenho, ajudando a reduzir a quantidade dos partidos políticos já nesta próxima legislatura, e o fim das coligações para as eleições proporcionais a partir de 2020.
Também é minha contribuição os relatórios já entregues sobre a instituição do voto distrital misto e do parlamentarismo. Acredito que, aos poucos, nosso sistema político se tornará um pouco mais racional e o meu trabalho contribuiu para isso.
Também naveguei por temas econômicos e aqui destaco a relatoria da Medida Provisória 777/2017, que implantará a TLP, uma nova taxa de juros para as operações do BNDES, que vai ajudar a pôr fim na farra dos subsídios ocultos dados pelo governo federal através de taxas de juros módicas para quem não precisava.
Concluo meu mandato de cabeça erguida e, agora, sigo para novas trincheiras. Obrigado, Pernambuco!