Brasília (DF) – Após um período de crescimento acelerado, o setor de construção civil enfrenta seu pior momento desde 2003. Segundo a reportagem da Folha de S. Paulo desta segunda-feira (18), o quadro foi agravado nos últimos meses pela fuga de recursos da poupança, principal financiamento para moradia. A alta dos juros e a retração dos gastos públicos também abalaram a demanda por imóveis e empreendimentos de infraestrutura.
Para a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/Ibre, Ana Maria Castelo, a expectativa é que, neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) encolha 5,5%, no pior desempenho desde 2003.
De acordo com a economista, a retração, se confirmada, vai gerar uma queda de 0,3 ponto percentual do PIB nacional. “Com o fim do ciclo de crescimento que teve seu auge em 2012, já haveria um ciclo de ajustes. Com o cenário econômico mais complicado, esse ajuste pode se prolongar”, afirmou.
Segundo a reportagem, a crise no setor tem reflexos na taxa de desemprego. A construção civil, que era vista como um símbolo dos gargalos de crescimento do Brasil, hoje é um dos setores que lideram as demissões no país, dada a escassez de mão de obra especializada no setor.
Apenas nos primeiros três meses do ano, as construtoras cortaram 50 mil vagas formais de trabalho. Em 12 meses, foram 250 mil postos fechados.