A CPI Mista da Petrobras ficou cada vez mais próxima, informa o portal do PSDB no Senado.
A instalação dos trabalhos ocorrerá nesta quarta (7) às 20h em sessão do Congresso Nacional. A foto é do momento em que as lideranças políticas de oposição recorreram à Suprema Corte em favor das investigações, em abril.
De acordo com o senador Alvaro Dias (PSDB-PR), o processo deverá começar com o protocolo de mais de 100 requerimentos junto à presidência da comissão logo no primeiro dia de atividades. Ele é um dos dois indicados pelo partido para participar da CPI que envolverá parlamentares das duas Casas.
Dias disse que os requerimentos versam sobre convocação de depoentes, abertura de informações de movimentações financeiras atípicas, inquéritos, quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico e outras providências. O senador preferiu não dar nomes, mas confirmou que todos os envolvidos em denúncias serão convocados à comparecer à CPI, a exemplo do escândalo de Pasadena.
Missão – Em defesa veemente dos trabalhos da comissão, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves, afirmou que a missão do grupo não é prejulgar ninguém, mas dar aos brasileiros a chance de saber o que de fato acontece na Petrobras.
“É a oportunidade que a sociedade brasileira vai ter para saber efetivamente de que forma a Petrobras, a maior empresa brasileira, vem sendo governada ao longo destes últimos anos. Portanto, não há mais como adiar a instalação da CPMI”, disse.
Para Aécio, o recurso da decisão da ministra Rosa Weber anunciado pelo presidente não impede o início dos trabalhos.
Ele explica que Calheiros entende, ao convocar a CPI Mista, que a escolha da magistrada (autorizar uma comissão restrita à Petrobras) também se refere à ocasião da comissão mista e, portanto, a investigação precisa ter início.
Avaliação – Para o líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), o recurso não tem nenhum impacto no atual processo e, no final, a convocação poupa tempo de todos os envolvidos.
O governo, por sua vez, tenta adiar a criação da comissão o máximo que pode.
No fim da tarde, o presidente do Senado concedeu entrevista coletiva e deu a entender que pode instalar mais de uma CPI ao mesmo tempo.
“Nós teremos tantas CPIs quantos requerimentos tiver com fato determinado e prazo para investigação. Não cabe ao presidente do Senado Federal estabelecer qual é a CPI que vai funcionar. Quem tem que definir isso é o próprio funcionamento de cada comissão parlamentar”, disse Renan Calheiros aos jornalistas.
Na prática, é possível, portanto que haja uma CPI mista e uma no Senado.
Em outra frente, o bloco do governo pode não indicar os membros e, após três sessões, o presidente tem a prerrogativa de fazer ele mesmo as indicações da composição do bloco.
A ação faz o governo ganhar mais alguns dias de fôlego.