Credibilidade é tudo em economia. A nossa foi gradualmente dilapidada ao longo de várias “décadas perdidas”, e agora estamos diante de uma nova ameaça. Enfrentamos a crise da dívida de 1982 praticamente sem dólares no caixa, deixamos a situação social se deteriorar e, finalmente, chegamos à hiperinflação. Até bem pouco tempo, assim, a percepção externa era de que o Brasil estava preso num labirinto, sem chances de encontrar uma saída racional.
De 1995 a 2008, o quadro mudou radicalmente, pois domamos a inflação, instituindo o tripé metas de inflação/superávits fiscais altos/câmbio flutuante e passando a controlar a dívida pública; reduzimos consideravelmente os índices de pobreza; e, sem recursos públicos, colocamos em prática um modelo de expansão dos serviços públicos baseado fortemente no capital privado. Graças a isso, o crescimento sustentável do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,7% ao ano para algo ao redor de 5% ao ano.
Há várias áreas problemáticas da atuação pública que ainda precisam ser azeitadas, algo que demandará bastante tempo. Temos sido incapazes de realizar uma reforma administrativa com letras maiúsculas, e, assim, uma área crítica é a de administração e gestão. O problema previdenciário tende a se agravar consideravelmente nos próximos anos. Ou seja, há muito o que reestruturar.
Artigo de Raul Velloso publicado na edição desta segunda-feira (14) do jornal O Estado de S. Paulo
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