Se a inflação descontrolada corrói a renda do trabalhador brasileiro, a crise econômica na qual o país está mergulhado também está pondo em risco o pagamento este ano do 13º salário de vários cidadãos pernambucanos.
Instituído por lei desde 1962, o 13º chega como um ‘respiro’ para muitas famílias que encontram no benefício uma forma de quitar débitos ou garantir as festas do final do ano.
Levantamento feito pelo Jornal do Commercio junto às prefeituras do Estado revela que pelos menos 7 delas, todas localizadas na Região Metropolitana do Recife, tratam-se portanto de prefeituras de médio e grande portes, já admitem dificuldades de arcar com essa obrigação.
O quadro que se estende aos demais municípios do Estado, principalmente aos menores que dependem quase exclusivamente do repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e são o maior empregador nessas localidades.
Somente nas cidades ouvidas pelo jornal – Abreu e Lima, Camaragibe, Itamaracá, Itapissuma, Moreno, Paulista e São Lourenço da Mata – são mais de 18 mil funcionários que se encontram com o 13º salário ameaçado. Somadas, as folhas de pagamento dessas administrações ultrapassam R$ 38 milhões.
As dificuldades dos prefeitos por conta da crise não terminam quando o calendário virar a última página de 2015. O início de 2016 não aponta esperança de dias melhores para essas localidades com o novo salário mínimo de R$ 865,50 batendo à porta. Os prefeitos estão apreensivos com a brusca queda da arrecadação, mesmo nos meses de novembro e dezembro que, tradicionalmente, são períodos promissores, mas que a crise econômica instalada com o governo Dilma resolveu acabar.