Brasília (DF) – A economia brasileira vai de mal a pior e caminha para a sua mais severa crise em um século. De acordo com estudo da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), apresentado nesta segunda-feira (21), o Produto Interno Bruto (PIB) do país calculado entre o final deste ano e o segundo trimestre de 2014 vai cair pelo menos 9%. O PIB mede a atividade econômica e o nível de riqueza do país, comprovando que a economia brasileira está em queda livre.
Segundo o o Seminário do Instituto Brasileiro de Economia, da FGV, serão 11 semestres consecutivos de redução, confirmando uma das mais severas recessões já vividas pelo país. Reportagem do jornal Valor Econômico desta terça (22) aponta que, apenas neste ano, o PIB deve sofrer um recuo de 3,4%.
Na avaliação da economista Silvia Matos, o quadro político de “extrema instabilidade” tende a prolongar a queda na atividade econômica. “A saída da recessão não está no horizonte. Ela vai se prolongar e ficar mais intensa”, afirmou ao jornal.
O economista Samuel Pessôa disse ao Valor Econômico que a queda da renda per capita deve chegar a 10% entre 2014 e 2017. “Se nossas previsões estiverem certas, estamos na maior queda de renda per capita dos últimos 120 anos”, ressaltou.
Em comparação com outros períodos de recessão, o percentual é superior aos 8,5% acumulados entre os primeiros trimestre de 1981 e 1983 (nove trimestres) e aos 7,7% do período entre o terceiro trimestre de 1989 e o primeiro trimestre de 1992 (11 trimestres).
Entre outras previsões do Ibre, estão o aumento da taxa média de desemprego de 8,5%, em 2015, para 11,5% neste ano, uma queda de 3,4% da massa real de rendimentos, o dólar cotado a R$ 4,20 no fim do ano e uma dívida bruta de 74,6% do PIB, subindo para 82,25% em 2017.