Brasília (DF) – Após ser indiciado por corrupção passiva pela Polícia Federal (PF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se vê no centro de mais uma polêmica. O dono de uma cobertura usada pelo petista em São Bernardo do Campo, Glaucos da Costamarques, e o advogado do ex-presidente, Roberto Teixeira, apresentaram versões contraditórias sobre como era feito o pagamento pelo aluguel do imóvel. As informações são do jornal O Globo desta quarta-feira (14).
De acordo com a reportagem, a Polícia Federal (PF) desconfia que o apartamento tenha sido comprado com recursos irregulares destinados ao ex-presidente e que o contrato de aluguel tenha sido simulado para dar caráter formal ao seu uso.
Costamarques, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai e amigo do ex-presidente, tem contrato de locação assinado desde fevereiro de 2011 com Marisa Letícia, mulher de Lula.
Em depoimento à polícia, em outubro deste ano, ele disse que Teixeira recebia em seu nome os aluguéis provenientes do imóvel e fazia a compensação com valores devidos por ele ao advogado, também em função da prestação de serviços advocatícios. “Essa renda de aluguéis era frequentemente usada para encontro de contas”, afirmou.
Teixeira, no entanto, negou ter recebido o aluguel do ex-presidente ou que houvesse “encontro de contas”. Intimidado a dar sua versão para o caso, ele admitiu ter atuado como advogado de Glaucos, mas disse que valores devidos por ele ao escritório “foram pagos por meio de transferência de valores”, todas elas registradas no extrato bancário do escritório, anexado ao processo.
Em depoimento por escrito à PF, Lula afirmou não ter participado da aquisição do imóvel nem da celebração do contrato de aluguel. Ao ser questionado sobre como se deram os pagamentos, o ex-presidente respondeu de forma genérica: “os pagamentos foram realizados na forma estabelecida no contrato, mediante a emissão de recibos e declaração às autoridades fiscais”. O contrato diz apenas que aluguel deveria ser pago todo dia 5, “em local indicado pelo locador”.
Segundo a publicação, as assessorias do ex-presidente, de Teixeira e de Glaucos não quiseram comentar como os aluguéis eram pagos e quem, afinal, os recebia.
Em depoimento à PF, Tatiane de Almeida Campos, que vendeu o apartamento para Glaucos, disse que seu advogado lhe informou que ela assinaria a “venda da cobertura, apt 121, para o Lula”. A PF não conseguiu identificar a verdadeira origem dos recursos que bancaram a compra do apartamento por Glaucos, em 11 de agosto de 2010.
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