Brasília – Mais uma denúncia envolvendo a Caixa Econômica Federal deixou os brasileiros estarrecidos, no último fim de semana.
Desta vez, uma auditoria feita pela Controladoria Geral da União (CGU), vinculada à Presidência da República, revelou que o órgão confiscou secretamente uma quantia de R$ 719 milhões de cadernetas de poupança em 2012.
Foram encerradas 525.527 contas de pequenos correntistas, sem movimentação por até três anos e com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil.
O dinheiro foi usado para engordar o patrimônio do banco.
A revista IstoÉ (edição de 11.01) obteve acesso a um relatório de 87 páginas, feito por auditores do CGU, que mostra que o saldo das contas foi lançado de forma irregular como lucro no balanço anual da Caixa, à revelia dos correntistas e do órgão regulador do sistema financeiro.
A receita do banco teve um ganho de 12%, o que aumentou o pagamento de bônus a acionistas.
A constatação de técnicos do Banco Central (BC) em cinco pareceres produzidos após as apurações do CGU é de que a operação promovida em 2012 foi ilegal.
Para o deputado federal Antonio Imbassahy (BA), que em fevereiro assume a Liderança do PSDB na Câmara, a grave denúncia evidencia que o PT não tem limites sob o comando da presidente Dilma Rousseff.
“A nossa economia está virando uma bagunça. A presidente conseguiu um fato inédito em apenas três anos de mandato: reduzir as expectativas do brasileiro com relação ao futuro e fazer com que os investidores não confiem no nosso país. Tudo isso revela a incompetência da sua gestão”, avaliou.
Imbassahy salientou a importância de a oposição tomar providências cabíveis para combater mais um abuso vindo de órgãos da administração federal.
E completou: “O PSDB vai entrar com várias medidas, em âmbito governamental e de outras instituições, com o propósito de preservar o patrimônio dos correntistas e da população brasileira.”
O tucano lembrou ainda que essa não foi a primeira vez que a Caixa Econômica provocou “um grande mal à população humilde do nosso país”.
Em maio de 2013, um boato sobre o fim do benefício do Bolsa Família causou tumulto e corrida às agências bancárias em vários estados.
A culpa pelo episódio recaiu sobre a própria Caixa, que adiantou o pagamento do benefício sem o aval do Ministério do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa.