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Deputadas e senadoras relatam #primeiroassedio em reportagem da Marie Claire

Para participar da campanha #PrimeiroAssédio, na qual mulheres compartilharam os primeiros abusos que sofreram, a Marie Claire ouviu deputadas e senadoras do Congresso para colher os seus próprios relatos de abuso. Das 65 contactadas, apenas 7 toparam enviar depoimentos.

Deputada federal Mara Gabrilli (PSDB)
Deputada federal Mara Gabrilli (PSDB)

“Eu tinha nove anos. Era meu primeiro baile de carnaval e estava acompanhada dos meus pais e meu irmão. Um jovem desconhecido chegou por trás e passou a mão em mim. Acertei-lhe um tapa e ele saiu logo em seguida”, afirma a deputada Mara Gabrilli (PSDB).

“Infelizmente todas as mulheres que conheço possuem em seus repertórios histórias de assédio nos mais variados níveis. Comigo não seria diferente. Escolhi, para compartilhar com vocês, um episódio que, embora não tenha sido um primeiro assédio, teve (e tem até hoje) um impacto forte porque aconteceu quando eu me julgava já independente e autônoma. Eu era estudante de Engenharia Elétrica na UFPE e estava na Bahia, em uma atividade do movimento estudantil. Ao sair da casa em que estava hospedada um carro diminuiu a velocidade e pareceu me chamar, olhei para o motorista que pediu que eu levantasse a minha camisa. Tomei um choque! Perguntei se ele era louco e busquei me afastar dali. O carro me seguia, acompanhando o meu passo apressado e o motorista gritava que era de uma revista, e me chamava, tentava me atrair enquanto eu apavorada só pensava em encontrar um lugar onde houvesse mais pessoas que me salvassem daquele pânico. O porto seguro foi um ponto de ônibus lotado um pouco mais a frente. O carro sumiu, mas meu medo não. Fiquei com receio da voltar para casa, onde estava hospedada sozinha, e o carro me seguir de alguma forma. Pensava se ele tinha me visto sair de casa e se estaria de algum modo esperando que eu voltasse. Quando consegui voltar para casa até o toque do telefone me assustava, achava que aquele homem de algum modo poderia continuar me perseguindo. Curioso como o medo nos torna irracional! A paz e a segurança só voltaram depois de uma conversa com meu pai por telefone. Só as palavras daquele que me apresentou ao feminismo, que me presenteou com as ideias da Alexandra Kollontai, foram capazes de me devolver a serenidade e espantar de vez a sensação de fragilidade que aquele carro na rua deserta me inspirou”, relata a deputada Luciana Santos (PCdoB).

  • Reportagem do portal do PSDB Mulher. A íntegra da matéria da revista Marie Claire está aqui
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