Como mediadora do painel “Repensando o PSDB” no seminário “Os desafios do novo quadro político”, a presidente nacional do PSDB-Mulher, Yeda Crusius (RS), convidou a deputada estadual Ana Cunha (PA) e as deputadas federais Edna Henrique (PB), Rose Modesto (MS) e Tereza Nelma (AL) a debaterem os rumos ideológicos do PSDB e a lembrarem os motivos que levaram a criação do partido.
Em seu quinto mandato como deputada estadual pelo estado do Pará, Ana Cunha, defendeu a renovação do partido e exaltou a importância do PSDB-Mulher na sua trajetória política. “Me apaixonei pelo PSDB-Mulher porque ele conseguiu me fazer entender que só lutando juntas nós conseguimos ‘empurrar a porta’. Eles tentam fazer com que a gente seja só bandeira e não tome à frente das coisas”, observou.
A tucana afirmou que é preciso trabalhar na reconstrução da imagem do partido investindo na aproximação com a população. “Mais do que nunca é importante estar na luta e repensar o partido. A missão agora é ir para os interiores e dizer ‘nós não morremos, nós estamos nos reinventado’. São nos momentos de maré seca e vela furada que conhecemos a verdadeira força. Isso é para mim o PSDB-Mulher”, acrescentou.
A deputada federal, Rose Modesto (MS) relatou para as tucanas os desafios enfrentados durante a campanha e como conseguiu superar as dificuldades para conseguir êxito nas urnas. Atribuiu ao apoio recebido do PSDB-Mulher como um dos fatores que lhe garantiram a maior votação do estado entre os candidatos à Câmara dos Deputados, com 120.901 votos.
Na sua opinião, só a educação será capaz de mudar a realidade da ainda baixa representatividade feminina no país. “O nosso partido sempre defendeu a Educação. A dona Marisa Serrano para mim é um exemplo dessa luta. Eu mesma sou fruto da educação, foi ela que me deu a oportunidade de sonhar”, destacou.
A deputada Edna Henrique (PB) agradeceu a oportunidade de dividir com outras mulheres sua experiência política. Ex-prefeita de Monteiro, ela está estreando na Câmara dos Deputados. Aos 60 anos, pretende usar sua experiência e sensibilidade de que é mãe, esposa e avó na elaboração de projetos que alterem a realidade de todas as mulheres do país, não só as paraibanas.
Antes de ingressar na carreira política, foi delegada por mais de 30 anos. E como prefeito foi diversas vezes premiada como uma das melhores gestoras do país. Sempre defendeu a humanização da gestão, por querer que as pessoas atendidas pelo município de Monteiro se sentissem amadas, acolhidas, bem assistidas e respeitadas.
Resultado das capacitações
O depoimento da deputada federal Tereza Nelma (AL) emocionou as tucanas presentes. Ela revelou que o único investimento na campanha dela foram os 30% do Fundo Eleitoral destinado às mulheres. A tucana também contou que participou de todos os cursos de capacitação oferecidos pelo PSDB-Mulher e que eles foram fundamentais para sua vitória nas urnas em 2018.
“Eu assisti as capacitações, nunca perdi nenhuma. Sempre conversando, estudando, e então decidi ser deputada federal. Muita gente não acreditou que eu poderia ganhar. Eu nunca tive condições financeiras, nunca tive apoio e nunca me ajudaram”, lembrou a deputada que na semana passada liderou na bancada feminina da Câmara um movimento em apoio da prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro.
As nove deputadas federais do PSDB assinaram uma carta solicitando que a Executiva Nacional do partido avocasse o processo de expulsão contra Cinthia Ribeiro, recomendado pela comissão de ética do Diretório Estadual do partido em Tocantins. Na última quarta-feira, o pedido de expulsão contra a única prefeita de capital do partido foi arquivado.
O seminário, o primeiro de capacitação voltado para as nove deputadas federais e 16 deputados estaduais eleitas no ano passado pelo PSDB, é o resultado de uma parceria de quase uma década entre o PSDB-Mulher, a fundação alemã Konrad Adenauer (KAS) e o Instituto Teotônio Vilela (ITV).
Durante a campanha do ano passado, essa parceria garantiu a realização de pelo menos cinco cursos que capacitaram 450 candidatas do PSDB das cinco regiões do país. A iniciativa vem sendo apontada como uma das razões para o sucesso das tucanas nas eleições de 2018. A bancada feminina federal cresceu 60% em relação a 2014 e a estadual 30%, enquanto o número de homens diminuiu.
*Do PSDB Mulher (com edições)