Brasília – A violência em protestos pelo país, como o quebra-quebra praticado por grupos radicais nos desfiles do 7 de Setembro, não é salutar para o aprimoramento da democracia. É o que pensa o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE).
“As pessoas que estão verdadeiramente indignadas com a situação do país não são os mascarados, que estão mais para delinquentes do que para manifestantes. Basta olhar para a história recente do país e ver que foram brasileiros de cara limpa, e não mascarados, que ajudaram a reconquistar a democracia”, afirma o tucano.
O assunto foi tema de reportagem do jornal O Globo, nesta segunda-feira (9).
Para o professor de Filosofia Política da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Roberto Romano, grupos como o Black Bloc acabam afastando muitas pessoas das manifestações públicas.
“Eles não têm nenhum respeito pela opinião dos cidadãos, sua missão é desprovida de política. E continuam mais isolados do que quando entraram (nos protestos). Efetivamente, não terão o apoio das multidões, e cumprem este papel de afastar as reivindicações que viriam para a rua”, avalia Romano.
O deputado tucano diz que é favor de qualquer tipo de manifestação, mas critica o anonimato e a violência. “Quem não tem coragem de mostrar o rosto tem autoridade para pedir o voto aberto? É uma grande contradição”, questiona.
Bruno Araújo acha que a violência pode ter desestimulado parte dos milhões de brasileiros que foram às ruas em junho por melhores condições de vida e mais ética na vida pública. O parlamentar, porém, não vê isso como um relaxamento por parte da sociedade.
“Esse é um país onde as pessoas produzem e trabalham e não podem tirar todos os dias para protestar. Em algum momento isso vai voltar, caso não haja respostas claras dos governos. O primeiro grito foi dado. Cabe agora aos agentes públicos responderem aos anseios da sociedade.”