Com a posse no comando da Casa Civil suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai começar a atuar a partir desta segunda-feira (21) como uma espécie de ministro “informal” do governo, segundo o jornal Folha de S.Paulo. Mesmo impedido para exercer o cargo, o petista foi escalado pela presidente Dilma Rousseff para comandar uma estratégia que tente impedir o rompimento do PMDB com o governo federal, que decide nos próximos dias se mantém sua aliança com o Palácio do Planalto.
Para o deputado federal Pedro Vilela (PSDB-AL), essa é mais tentativa do governo, que não deve funcionar diante da crise enfrentada pelo País.
A cúpula do PMDB marcou para o dia 29 de março reunião para tomar uma decisão sobre o tema. Com o agravamento da crise política, o Palácio do Planalto reconhece que as chances de rompimento com a legenda cresceram. O deputado Pedro Vilela acredita que o partido peemedebista deve romper de vez com o PT.
“É muito claro. O partido está rumando para um rompimento oficial. Já houve, inclusive, resolução proibindo que filiados ao PMDB tomem posse em cargos do governo federal, e a gente espera para os próximos dias uma decisão final, anunciando oficialmente o rompimento do PMDB com o governo do PT, aí eu vejo isso como o último passo, o passo definitivo para que a gente possa concretizar o impeachment da presidente Dilma.”
Na sexta-feira (18), o ministro do STF Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula em caráter liminar, alegando que o ato pode configurar “uma fraude à Constituição”. Mendes se referia a indícios de que Dilma indicou o ex-presidente para o governo com o objetivo de que as investigações contra ele fossem examinadas pelo Supremo, e não mais pelo juiz Sérgio Moro, do Paraná. Ao assumir a Casa Civil, Lula passou a ter foro privilegiado, retirando o petista da lista de investigados na primeira instância da Justiça Federal.