Deputados do PSDB redobraram as cobranças ao governo petista diante das prisões do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque e de executivos de empresas que têm cerca de R$ 59 bilhões em contratos
com a companhia. As detenções foram realizadas na manhã desta sexta-feira (14), durante a sétima fase da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Duque comandou a área entre 2003 e 2012 e foi um dos interlocutores do PT no esquema de desvio de recursos de contratos da estatal, apontou o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, amparado pelo acordo de delação premiada que firmou com o Ministério Público Federal.
Segundo o deputado Marcus Pestana (MG), a opinião pública está revoltada com a série de crimes cometidos com o dinheiro público. “O modelo de governo de Dilma e do PT de não privilegiar a qualidade na gestão pública e de se apropriar do espaço público sem critério de competência e mérito levou a essa situação insustentável, o maior escândalo da história republicana”, afirmou o tucano. “O PT deteriorou seus hábitos e perdeu o compromisso com qualquer princípio de ética e honestidade.”
O parlamentar reiterou, ainda, a missão da PSDB e demais partidos da oposição diante desmandos da administração petista. “Estamos atentos e vamos querer que as coisas sejam passadas a limpo. O PSDB estará na linha de frente, dia após dia, até que o último culpado pague pelos seus erros”, assegurou.
O deputado César Colnago (ES) defendeu o ressarcimento do dinheiro surrupiado. “A população não pode ficar sem recursos para saúde e educação, muito deles oriundos de impostos e de atividades econômicas geradas, inclusive, por estatais”, disse.
Encobertador de bandidos – A prisão de Duque confirma as fortes suspeitas de tucanos sobre a participação dele em falcatruas na companhia. Nesta semana, eles tentaram aprovar a convocação do ex-diretor de Serviços para a CPI Mista da Petrobras. No entanto, governistas impediram a votação.
“Agora eu entendo por que o PT, nesta última terça, não apareceu na reunião da CPMI da Petrobras”, disse o deputado Carlos Sampaio (SP), titular do PSDB na comissão, em seu perfil no Facebook. “Com seus atos, o PT demonstra que, além de não combater a corrupção, está se tornando o maior encobertador de bandidos do país! Não vamos dar trégua! Vamos até o fim para mostrar ao país os nomes de todos aqueles que assaltaram a Petrobras!”, acrescentou.
Na mesma rede social, o deputado Jutahy Júnior (BA) classificou de “vergonha” as últimas descobertas sobre as falcatruas promovidas na petroleira. “O governo do PT utilizou a Petrobras como núcleo de uma organização criminosa para comprar apoios de partidos aliados e financiar, com dinheiro roubado, através de propina, o próprio PT”, afirmou.
Segundo o deputado Rodrigo de Castro (MG), é lamentável a derrocada da estatal. “Infelizmente é assim que a maior empresa pública do Brasil ocupa as páginas dos jornais durante a gestão do PT. Estamos acompanhando e iremos cobrar a punição dos envolvidos e continuaremos o trabalho para recuperar a imagem da Petrobras como um motivo de orgulho para todos nós.”
Abalo internacional – Considerada uma das maiores companhias do ramo de petróleo e gás do mundo, a Petrobras amarga desde o início da Operação Lava Jato, há oito meses, a pior fase de sua história. Alvo de uma série de investigações no Brasil e EUA, instauradas a partir do surgimento de fortes indícios de corrupção praticadas em suas dependências, perde gradativamente a credibilidade diante do mercado.
O ápice foi a recusa da PricewaterhouseCoopers, reconhecida empresa de auditoria, em assinar a demonstração contábil da estatal até que sejam concluídas as investigações internas sobre as denúncias de falcatruas. “Jogada pelos governos Lula e Dilma para o centro de um dos maiores escândalos de corrupção da história, a Petrobras sofre mais um abalo em sua imagem mundo afora”, disse o líder do PSDB na Câmara, Antonio Imbassahy (BA), no Facebook.
O tucano estranhou, no entanto, a conduta dos auditores. “A Price não viu nada de errado antes? Já pedimos que o Ministério Público apure se as auditorias contratadas atuaram de forma independente ou apenas assinavam os balanços como a Petrobras mandava”, completou.
Para o deputado Otavio Leite (RJ), o enredo criminoso no qual o PT e aliados envolveram a companhia está longe de um desfecho. “Petrobras prossegue sangrando. A ‘punhalada’ desferida pelo governo do PT ainda trará feridas mais graves. É duro assistir a nossa maior empresa assim.”
* Do portal do PSDB na Câmara