Brasília – “Eu não vou me esquecer que o governo brasileiro se recusou a receber essas mulheres”. Foi assim que reagiu o presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), na abertura da sessão desta quinta-feira (7) ao saber que a presidente Dilma Rousseff não atendeu ao pedido de Lílian Tintori López para uma audiência oficial.
Lilian é mulher do líder de oposição na Venezuela Leopoldo López, preso há mais de um ano sob acusação de incitar protestos contra o presidente Nicolás Maduro.
Segundo a Folha de S.Paulo, em documento escrito em espanhol, com data de 14 de abril, no qual Lilian pede uma reunião com a presidente, escreve: “sei que, como vítima da ditadura, a senhora entende a dor de uma prisão injusta e de governos repressivos”.
A justificativa foi a de que já existe um grupo de chanceleres mantendo contato com o governo e oposição na Venezuela para encontrar uma solução pacífica. Em seu lugar, Dilma mandou o Diretor do Departamento da América do Sul, embaixador Clemente Baena Soares, recebê-las no Itamaraty. O anúncio foi feito pelo senador Lindbergh Farias (PT-RJ) na CRE.
E o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, preferiu atender Tarek William, Defensor do Povo da Venezuela e ex-ministro de Hugo Chávez. O compromisso consta na agenda dele.
O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), também criticou a postura da Presidente da República: “A omissão do governo brasileiro em relação à escalada do autoritarismo na Venezuela é vergonhosa. Nos atinge, a todos, enquanto cidadãos que somos, e democratas que devemos permanentemente ser.”
Lilian, Mitzy de Ledezma e Rosa Orozco detalharam a situação de deterioração do respeito aos direitos humanos non país.