“Saudações…
Sr Presidente
Digníssimas Autoridades
Sras Deputadas
Srs Deputados
Familiares e Amigos
Sras
Srs
Povo do Rio Grande!
É com imensa honra e com extrema humildade que hoje, nesta Casa, tomo posse como Governadora do Estado do Rio Grande do Sul. Sou imensamente grata ao nosso povo, ao povo deste grande Estado que, livre e democraticamente, escolheu-me para conduzir, nos próximos quatro anos, o Governo Gaúcho.
Agradeço a cada eleitora e a cada eleitor que deram o seu voto de confiança ao projeto que apresentamos durante a campanha e que aponta para o futuro, para o novo, para um novo ciclo de desenvolvimento do Estado.
Mas quero afirmar, desde logo, que serei Governadora de todas as gaúchas e de todos os gaúchos. O evento eleitoral é passado. Vamos, agora, juntar forças em favor do Rio Grande. É através da participação de todos que virá o fortalecimento da nossa economia, da nossa sociedade, da auto-estima da nossa gente, do nosso povo.
É com a participação de todos que construiremos a solução para as nossas dificuldades; e é da nossa unidade política, a mesma que demonstramos ter nos grandes momentos de nossa história e que tanto nos orgulha e nos referencia para todo o país, que promoveremos o desenvolvimento das pessoas e da economia do nosso estado. E é na busca dessa unidade que tenho me empenhado desde que foi conhecido o resultado das urnas.
Durante o período eleitoral, escolhi falar com o povo. Não fiz acordos além de alianças político-partidárias públicas e transparentes. Iniciei a construção de nosso caminho com um pequeno, mas bravo e competente grupo, que se pôs a ouvir a voz das ruas. Ouvi a voz das ruas e dela retirei a sabedoria e a confiança para firmar o compromisso com o novo, com a responsabilidade, com a convicção de que é possível superar com diálogo e transparência as dificuldades, e que só com o diálogo e a transparência vamos poder governar avançando mais um degrau na evolução da nossa ainda tão nova democracia.
Depois de honrada pelo resultado das urnas, para a constituição do novo governo escolhi percorrer, com humildade, as vias partidárias institucionais. Conversei à exaustão com os partidos, os mesmos que compõem a representação do povo nesta Casa, já que são os partidos as instituições pelas quais a sociedade se organiza para as escolhas eleitorais.
E o fiz mesmo sabendo que, quando escolhe a via institucional como caminho para a composição de um governo, o governante traz para si todas as forças mas também todas a dificuldades da instituição “partido político”.
Todos sabemos como os partidos têm se fragilizado não só pela seqüência de escândalos de corrupção que são de conhecimento público, mas por tardar a reforma política, através da qual institutos como a fidelidade partidária e a representação mais equilibrada do povo pelos seus eleitos possam compor novas regras eleitorais.
Pois eu escolhi o caminho das conversas institucionais, partidárias, com a segurança de que assim o Executivo eleito pode fortalecer o Parlamento. Precisamos, sim, de partidos políticos fortes. E, em democracia, isso só se dará pela firme decisão dos parlamentos de, ao ouvir a voz das ruas, tornar concretamente viáveis as soluções às demandas crescentes da nossa sociedade brasileira.
E esta, a sociedade brasileira, conta, de modo muito especial e com muita esperança, com o modo de fazer política do Rio Grande do Sul. O Brasil espera que sigamos nossa história de pioneirismo e coragem no enfrentamento do novo que nos chega a cada dia, sempre mais rápida e intensamente. O Brasil pede que o Rio Grande não retroceda, que construa a arquitetura de um futuro melhor pelas ações do cotidiano político que nos distingue.
Pode esta Casa de Representação do povo saber que, como Governadora, continuando a ouvir a nossa sociedade gaúcha, como ouvirei todos os dias, sempre buscarei somar essa consulta diária com a população à via institucional do Parlamento para as decisões que são da polis, que são do coletivo.
A minha própria história política, Sr Presidente, mostra que não poderia ser de outra forma. Afinal, tendo eu mesma sido uma parlamentar, esta ocasião torna-se para mim ainda mais significativa pois estou hoje sendo empossada Governadora pelo Poder Legislativo.
Com muito orgulho, servi o povo de meu Estado, como Deputada Federal, durante 12 anos. Nesse período, com certeza o mais rico de minha vida pública, pude confirmar que a boa política é indissociável do agir ético e do exercício do diálogo.
Esteja certo, Sr presidente, que assim como o diálogo e a busca do entendimento foram uma das marcas de minha atuação parlamentar, também serão uma das marcas do novo governo que hoje inicia.
O Governo que eu passo a comandar, e disso pode estar certo o povo gaúcho, dialogará continuamente com a toda a Sociedade Gaúcha, com os trabalhadores, com os empresários, com os demais poderes estaduais, com o Governo Federal. Dialogará com as pessoas, com as organizações e os movimentos sociais, quer através do contato direto, quer pelas mais diversas formas de comunicação que se oferecem a este nosso Mundo Plano. Não será por falta de diálogo que não haveremos de concertar as soluções para as graves questões que afetam as finanças do Estado.
Mas eu dizia que, além do diálogo, confirmei no Parlamento Nacional que a outra exigência da boa prática política é o agir ético.
Quando assumimos uma posição pública de comando, ao lado das nossas convicções individuais de honestidade e moralidade, que são valores pessoais, faz-se presente um novo e mais exigente imperativo ético, sendo a ética um código da polis, do coletivo. Esse imperativo é o imperativo da ética da responsabilidade.
Como Governadora, cumprirei obstinadamente o dever ético de avaliar as conseqüências de cada ato do governo sobre a vida dos cidadãos, e de responsabilizar-me por elas.
É sim, como dizia o grande Mário Covas, possível fazer política com honra, política com ética, política com mudança.
Como Mário Covas sempre mostrou nas ações de cada dia, isso requer coragem. Mas coragem é o que não falta ao nosso povo, e coragem é o que não nos faltará como equipe responsável pela condução do Governo gaúcho.
E é seguindo o imperativo da ética da responsabilidade que afirmo que só tenho compromissos com o povo do Rio Grande. É a ele, e só a ele que, com toda minha dedicação, procurarei servir.
Esses compromissos com o povo do Rio Grande são compromissos com nossa história e nossos valores, são compromissos principalmente com nossas cidadãs e nossos cidadãos menos favorecidos.
São eles os que mais necessitam da ação do Estado e são eles os mais prejudicados quando o Estado enfrenta dificuldades financeiras.
São eles os que mais sofrem quando falha a Segurança, quando falta a Saúde, quando a Educação deixa a desejar.
Ou quando a Primeira Infância não é atendida de modo transformador, para que possa verdadeiramente ser portadora de futuro. Ou quando o serviço público não respeita as necessidades do idoso. Ou quando a violência afeta mais fortemente a mulher, a criança, o desprotegido pela ainda frágil ação das instituições públicas.
É para isso, para poder prover serviços públicos de qualidade a todos, sem discriminação, e a cada um segundo suas necessidades especiais; é para poder incentivar a geração de emprego, renda e o desenvolvimento; é para isso que meus compromissos com o povo, em nome do governo eleito e do governo constituído, são compromissos com o enfrentamento da crise financeira, com a responsabilidade fiscal, com o ajuste estrutural do setor público, com a modernização do Estado,
com a qualidade da gestão pública.
Esses são compromissos de construir os meios para conquistar as condições que permitirão fazer da nossa querida e brava gente gaúcha um povo mais feliz. Este, um futuro mais feliz para todos, é o nosso último e verdadeiro objetivo.
São compromissos que buscarei cumprir com total transparência, pois todos os gaúchos têm não apenas o direito, mas a obrigação de não só conhecer a real situação financeira de seu Estado, mas de participar de um esforço compartilhado para enfrentar essa realidade, iniciando hoje mudanças estruturais que conduzam para um futuro melhor, mais seguro, menos instável, mais justo, menos desigual.
São compromissos fundamentais, que traduzem um novo jeito de governar, que é o de não adiar um futuro melhor, centrando as preocupações do Governo nos resultados para os cidadãos, quer da ação, quer da comunicação de cada passo que será dado pelo poder público.
Quero, ainda, publicamente, compartilhar este momento de compromisso público com o que há de mais rico na minha vida. Quero compartilhar com minha família, minha amada família, a que teve origem no mundo, desde a Itália e a Alemanha, até o nosso Brasil de todas as raças. Compartilho com a família Maresti, a família Rorato, a família Ughini, a família Weigert, a família Dávila, a família Crusius. E dizer a vocês, meus amados, que tudo isso é agradecendo a Deus por vocês, e por vocês o fazemos por esta abençoada terra gaúcha, a nossa terra gaúcha, a nossa grande família gaúcha.
Assim, Sr Presidente, assumo o Governo do Estado com o compromisso de mudar o que é preciso, mudar para reafirmar nossos valores. De mudar para melhor, na certeza de que a força do Rio Grande é maior do que todas as nossas dificuldades. Vamos, todos juntos, construir o Rio Grande que sonhamos, que queremos, respeitando o tudo de bom que foi feito pelos que vieram antes de nós, e preparando um futuro melhor para os que virão depois de nós.
Muito Obrigada.”
Governo do Rio Grande do Sul