Leia a íntegra do discurso José Aníbal – Presidente do PSDB.
Que bom ter feito essa pré-convenção, que bom reunir o PSDB hoje em Brasília, as mulheres do PSDB, os homens do PSDB, os jovens do PSDB, os idosos do PSDB! O Martus só falou dos jovens, tem que falar dos idosos também temos muitos deles aqui; mas por igual o mesmo espírito de luta, o mesmo destemor dos jovens do PSDB.
Queria fazer uma menção à reunião de ontem das Mulheres do PSDB. Nessa reunião, Serra, as Mulheres do PSDB de 25 Estados do Brasil decidiram coisas importantes; mas a preliminar delas é de que você é o candidato a Presidente da República das Mulheres do PSDB e das mulheres do Brasil.
Meus companheiros e minhas companheiras, faz nove meses que nos reunimos aqui em Brasília para eleger a nova Direção do Partido. Era um momento muito difícil para o Governo, o início do racionamento. Era um ataque sistemático das oposições, era a Crise Argentina crescendo, era um conjunto de situações adversas. E naquele momento a oposição e os nossos críticos chegaram a imaginar que o PSDB estava emparedado, que o Governo estava emparedado. Chegamos a ouvir na Imprensa doutos analistas dizerem que o PSDB não deveria ter candidato a Presidente da República. Nove meses depois viramos esse jogo, tivemos energia suficiente para surpreender aqueles que achavam que tinham nos emparedado. Tivemos energia no Governo, sob o comando do Presidente Fernando Henrique Cardoso, tivemos energia no Partido, sob o comando de uma Executiva que honra todas as Executivas anteriores do PSDB. E nós revitalizamos a ação do Governo e a ação do Partido, por uma razão, que às vezes é difícil entender para os outros, é que nós temos compromisso com um projeto, com uma idéia, não a de um Brasil de futuro, mas a do Brasil que estamos fazendo já. O nosso desafio hoje é de outra natureza, é o desafio de eleger Serra Presidente da República. Este desafio, Tucanas e Tucanos, quero insistir muito nisso, não está acima das nossas forças. Esse desafio de fazer de Serra o próximo Presidente da República não está acima das nossas forças. Ao contrário, o PSDB tem energia, tem vitalidade. Por isso que estamos aqui hoje fazendo o sucessor de Fernando Henrique Cardoso. O Serra é o candidato do Presidente, o Serra é o candidato, como disse o Aécio, de todo o PSDB, de Chapuri, no Acre, até o Rio Grande do Sul.
Esta Convenção não é para mobilizar o Partido, não é para motivar o Partido, esta Convenção é para testemunhar o nosso apreço, a nossa vitalidade, o nosso desejo, o nosso compromisso com o Brasil. E este momento o compromisso do PSDB com o Brasil é eleger Serra Presidente da República.
Queria, ainda, dizer aos companheiros que já estamos construindo este novo Brasil. Já têm alicerces, já têm paredes e neste novo Brasil cabe um número cada vez maior de brasileiros. Estou convencido hoje de que o mandato do Serra como Presidente coloca todos os brasileiros nessa nova construção que iniciamos com Fernando Henrique Cardoso. O nosso projeto é de incluir, de trazer todos os brasileiros para uma vida de bem-estar, para uma vida de confiança,para uma vida de segurança, de renda e de lazer.
Queria terminar dizendo a vocês que temos uma responsabilidade enorme se pensarmos nas figuras que povoam as novas manifestações do PSDB. São figuras que nos orgulham, são figuras das quais nós falamos de peito aberto, com grande satisfação. O nosso Magalhães Teixeira, de Campinas, o embrião do projeto do Bolsa Escola, da Renda Mínima; o nosso Sérgio Mota, que naquela sua energia tão vital falava num projeto de 20 anos, porque ele tinha noção de que essa construção para que ela se consolide ela precisa de tempo e é o tempo que o Serra terá como Presidente da República. O nosso Franco Montoro, que sempre confiou acima de tudo nisso que está aqui, nós, a militância, as pessoas que vão para a rua, que defendem o seu candidato, porque defendem idéias. O nosso Vilmar Faria, que morreu tão recentemente, tão pouco conhecido publicamente, tão ativo e tão comprometido com o bem-estar social. E, finalmente, aquele brasileiro distinto, que foi o nosso Governador por duas vezes e que era um referencial permanente para o PSDB, o nosso Mário Covas. Em todas as reuniões que fizemos em Brasília o PSDB queria muito ouvir o Covas, pela vitalidade, pela força, pela energia, pelo compromisso e por aquilo que já foi dito aqui: fechada uma posição, ela é a posição de todos, ela é a posição de todo o PSDB.
Agora eu queria falar de alguém que nos surpreendeu e que já é perda da campanha. Surpreendeu o Serra e a mim com uma grande reunião que fez no Rio Grande do Sul há exatos 22 dias, onde ele colocou o PSDB gaúcho numa sala, a Yedda estava lá e viu, o PSDB vibrante, entusiasmado; devo dizer a vocês: o melhor discurso que o Serra fez neste início de campanha, pelo entusiasmo que aqueles companheiros transmitiam. E o Marchezan não parava de falar. Na volta ele falava disso e daquilo, que queria fazer isso, aquilo e aquilo outro, cheio de energia, cheio de projeto, cheio de confiança. Eu acho que essa perda grande que tivemos já da campanha do Serra só tem um acolhimento da nossa parte para confortar os companheiros dele, para confortar a família dele, para dizer a ele, que está nos vendo: nós vamos fazer esta campanha com o mesmo entusiasmo do Marchezan, com a mesma decisão do Marchezan, porque nós sabemos que o Brasil precisa de um Presidente como o José Serra.
Muito obrigado, um grande abraço pela presença.
Mas uma responsabilidade partidária me impõe continuar: ler a carta do nosso Presidente de Honra, o Presidente Fernando Henrique Cardoso.
¥Brasília, 21 de fevereiro de 2002.
Companheiros Tucanos, há quase 8 anos deixou o Ministério da para assumir uma missão partidária: representar o PSDB como candidato à Presidência da República. Ao ver nosso Partido colocar na rua a candidatura a minha sucessão meus sentimentos são de tranqüilidade, entusiasmo e confiança. Sinto-me tranqüilo pela convicção de que tenho correspondido a responsabilidade que o Partido e a Nação puseram em minhas mãos. O Brasil de 2002 é um País melhor do que o que assumimos em 1995, com moeda estável, uma economia mais forte, uma presença cada vez mais reconhecida no mundo, um Estado renovado, mais ágil, transparente e aberto às demandas da sociedade. Acima de tudo, é um País que avança no reconhecimento efetivo dos direitos sociais e políticos do seu povo. Um País que foi capaz de domar e enfrentar crises externas ao mesmo tempo em que aumentava o salário mínimo e a renda das família, tirava da pobreza milhões de filhos seus, universalizava o acesso à escola e ao serviço de saúde, dava terra, crédito e esperança aos seus pequenos agricultores; numa palavra: uma democracia na plena acepção, que assume seu lugar entre as grandes democracias do mundo.
Registro esses avanços com muita satisfação, mas com humildade. Eles não representam feitos pessoais meus ou de quem quer que seja, são fruto de um esforço coletivo cujo grande protagonista é o cidadão, a brasileira e o brasileiro comum que trabalha, estuda, paga impostos, vota, cuida da sua família e participa da vida de sua comunidade de mil formas diferentes. Se algum mérito cabe a nós, Tucanos, é o de sabermos interpretar fielmente as aspirações desse povo e nos fazermos instrumentos úteis, conscientes e competentes do seu avanço.
Por isso, junto com a tranqüilidade da missão cumprida, meu coração se enche de entusiasmo quando penso no muito que temos por fazer nos anos à frente. Com a nossa participação intensa, a retomada da democracia política deu a uma geração de brasileiros a chance de provar o doce sabor da liberdade. Com a nossa liderança esse novo Brasil experimentou o gosto da estabilidade, do de
senvolvimento continuado e o princípio de uma distribuiç
ão mais justa dos frutos do desenvolvimento. Engana-se quem imaginar que o povo brasileiro possa por qualquer razão abrir mão dessas conquistas. O sentimento que eu colho em minhas andanças pelo País é que o povo está disposto a preservar o que conseguimos neste anos e a fazer disso o ponto de partida para novas conquistas. Cabe a nós sintonizar esse sentimento e oferecer ao Brasil as duas coisas: a segurança da continuidade e esperança de uma visão de futuro.
Quero dizer aos meus companheiros que eu confio na capacidade do PSDB de responder à altura esse desafio. Confio na competência dos nossos quadros, na sensibilidade da nossa militância, no discernimento dos nossos líderes. Vamos auscultar os quatro cantos do País e oferecer ao Brasil uma nova proposta de Governo que signifique a continuidade sem mesmice, a experiência com ousadia, a renovação da nossa certeza num futuro de prosperidade, participação e justiça para todos os brasileiros.
Por último, mas muito importante, confio plenamente no candidato que está sendo apresentado à Pré-Convenção do PSDB. Confio em José Serra porque o conheço como amigo, um companheiro de muitas lutas e vejo nele as qualidades indispensáveis para dirigir o País. Espero que tenhamos a humildade e a competência política para manter a aliança que vem dando sustentação ao Governo.
Vamos à luta, Tucanos, com toda a garra, o Brasil precisa da nossa vitória!
Fernando Henrique Cardoso.¥