O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), pediu para que o Papa Francisco reveja a sua decisão de não vir ao Brasil em outubro para a celebração dos 300 anos da aparição de Nossa Senhora Aparecida. Doria se encontrou com o pontífice na Basílica de São Pedro, no Vaticano, nesta quarta-feira (19).
Segundo reportagem do G1, o Papa decidiu cancelar a visita que estava marcada para outubro, mas Doria lamentou o fato.
“Talvez não tenha havido aí uma orientação adequada ao Santo Padre, porque não estar presente em uma data tão importante como essa, na maior nação católica do mundo, não me parece a melhor medida. Mas quem sou eu para julgar o Papa?”, explicou.
O tucano insistiu para que o pontífice volte atrás em sua decisão. “Ofereci a camisa da seleção brasileira assinada por todos os jogadores. Por fim, ao entregar a bandeira brasileira a ele, eu disse ‘Santo padre, eu gostaria de pedir, em nome do povo brasileiro, que o senhor pudesse revisar sua decisão de não ir ao Brasil no próximo mês de outubro”, contou.
O prefeito disse que a resposta do Santo Padre não foi definitiva e espera que ele venha ao Brasil no fim do ano. “Tomei a liberdade de dizer ‘Santo Padre, difícil não é impossível. Se o senhor puder reconsiderar, milhões de brasileiros vão saudá-lo por essa decisão’. Segundo o prefeito, o Papa disse: “vamos ver, mas o Brasil terá sempre as minhas bênçãos”.
Doria se disse emocionado com o encontro com Sua Santidade. “Privilégio de estar com o Papa Francisco. Ele foi muito atencioso. Foi tranquilo. Não mostrou pressa, nem ansiedade. Me ouviu com calma. Eu primeiro me apresentei. Quem eu era, de onde eu era e porquê eu estava aqui”, contou aos seguidores em uma postagem no Facebook.
Em carta enviada ao presidente Michel Temer, além de recusar o convite, o Papa Francisco fez uma reflexão sobre a situação social do Brasil. “Não posso deixar de pensar em tantas pessoas, sobretudo nos mais pobres, que muitas vezes se veem completamente abandonados e costumam ser aqueles que pagam o preço mais amargo e dilacerante de algumas soluções fáceis e superficiais para crises que vão muito além da esfera meramente financeira”.