Brasília (DF) – O prefeito eleito de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou nesta segunda-feira (7) durante o programa Roda Viva, da TV Cultura, que não haverá aumento dos salários dos servidores municipais em 2017. Segundo ele, não existe condições e espaço para o reajuste. O tucano disse que explicaria aos servidores “falando a verdade”. Doria reiterou ainda que também vetará aumentos para si próprio e para vereadores. As informações são do jornal Folha de S. Paulo desta terça (8).
“Eu já disse que vou vetar qualquer projeto de aumento de salário, do prefeito, do vice-prefeito, de vereadores, de secretários e o efeito cascata. Você imaginar que o salário de prefeito possa ir de R$ 24 mil para R$ 32 mil e que de vereadores sejam aumentados. Não faz sentido”, ressaltou.
De acordo com o prefeito eleito, as tarifas de ônibus também não sofrerão aumento no ano que vem. “É inaceitável você imaginar que possa aumentar a tarifa de ônibus de R$ 3,80 para R$ 4,40. Eu tenho que ter sensibilidade social”, disse Doria, que espera ser atendido pelo presidente Michel Temer quanto ao pedido de que o governo federal restitua ao município o que foi investido em obras federais, que poderiam ser destinados a cobrir a tarifa.
Segundo a reportagem, além da pressão de vereadores, o tucano deve enfrentar ameaças de greves de vários setores. Em mais uma medida que faz parte de seu projeto de corte de custos, ele afirmou que a Controladoria Geral do Município (CGM) irá prosseguir, mas perderá status de secretaria.
“Ela será digitalizada, para que possa ter denúncias encaminhadas 24 horas por dia. Sempre disse que faria uma redução de secretarias de 27 para em torno de 20. Nós vamos para 22 secretarias porque vamos eliminar e criar duas secretarias: a de inovação e tecnologia, que não existe e que vai cuidar de todo o processo digital e de inovação na cidade de São Paulo, e a secretaria de participação e de privatização, que também não existe”, explicou.
Segurança
Na entrevista, Doria também comentou sobre as mudanças na área da segurança. Ele prometeu intensificar a operação delegada (bico oficial da PM), que perdeu força no governo de Fernando Haddad (PT). “Já fizemos reuniões com as associações comerciais e os agrupamentos dos núcleos, por exemplo, na região do Brás, onde eles vão subvencionar parte desse custo da operação delegada, para que possam ter novamente os policiais e GCM fazendo o que devem fazer”, destacou.
Sobre a área da saúde, o tucano disse que idosos e gestantes terão prioridade em seu programa Corujão da Saúde, que prevê utilizar a iniciativa privada durante a noite para zerar a fila de exames na cidade no período noturno.
Questionado sobre o Orçamento, Doria declarou ainda que não vai mudar o planejamento de R$ 54 bilhões previsto para 2017. “É possível fazer o exercício de uma boa gestão com esse orçamento e iniciar, de maneira pragmática, todos os programas de terceirização através de PPPs, parcerias e privatizações”, concluiu.