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Economia criativa: cultura que transforma vidas

Por João Doria (PSDB), governador de São Paulo 

 

A gestão inovadora que começamos a implantar no governo de São Paulo reconhece e valoriza uma das maiores forças econômicas do novo século: o poder da economia criativa.

Em números, estamos falando de um conjunto de atividades que envolve 100 mil empresas e instituições paulistas, gera 330 mil empregos diretos e representa 4% do PIB (Produto Interno Bruto) do estado. Metade dessa força econômica está no interior e no litoral, a outra metade, na capital, distribuindo equilibradamente o desenvolvimento da economia criativa em São Paulo.

Estudo de uma grande consultoria prevê taxas anuais de crescimento superiores a 5% nos próximos quatro anos —em alguns setores específicos, como games e “e-sports”, essa taxa pode ser três vezes mais elevada, quase 15% ao ano até 2022.

Por definição, a economia criativa está presente em dois grandes núcleos de atividades baseadas na criatividade e na imaginação. O mais conhecido é o cultural e artístico, no qual se inserem o cinema, a literatura, a música, as artes visuais e o teatro. E outro, igualmente transformador, integrado por design, moda, arquitetura, publicidade, games e gastronomia, entre outros, em que a criatividade gera produtos, serviços e agrega valor.

Para estimular essas áreas e seus profissionais, contribuindo para gerar emprego, renda e desenvolvimento, transformamos a Secretaria de Cultura do Estado em Secretaria de Cultura e Economia Criativa. Estamos agora lançando dois programas: o Forma SP e o Programa de Ação Cultural, o ProAC Expresso.

O Forma SP, um programa de formação e capacitação, vai abrir as portas da economia criativa para dezenas de milhares de jovens num estado em que a recessão dos anos do PT deixou metade dos jovens sem ocupação fixa.

O ProAC Expresso terá mais recursos e menos burocracia. Vamos facilitar o acesso ao incentivo fiscal via ICMS e ampliar o fomento direto, abrangendo o conjunto do estado.

Dessa forma, vamos dinamizar esse setor e dar condições para que haja mais crescimento e uma maior oferta de serviços, que são fundamentais neste momento.

Ao mesmo tempo, vamos elevar o rigor no acompanhamento e cobrar grau de excelência no resultado. Não haverá projetos fantasmas ou superfaturados nem privilégios para projetos alinhados com ideologias.

Queremos valorizar a vocação de São Paulo para as atividades culturais e criativas. Elas estão no DNA de todas as regiões do estado. E são fundamentais para impulsionar o turismo, a tecnologia e as telecomunicações, entre outros setores.

Aos artistas e trabalhadores da economia criativa devemos o fato de a cidade de São Paulo ser o maior centro gastronômico do Brasil e o sexto maior do mundo, o maior polo de moda do continente, e ter os maiores museus e os melhores espetáculos. São ativos que atraem, a cada ano, mais de 15 milhões de turistas, nacionais e estrangeiros.

A força transformadora da economia criativa foi o que transformou um investimento de apenas R$ 3,5 milhões, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), num evento que gera mais de 1.300 empregos diretos e indiretos e arrecada, em impostos, 40% a mais que o investimento, além de gerar um impacto econômico de quase R$ 50 milhões.

A economia criativa tem muitos outros benefícios, além de gerar empregos, renda e arrecadação. Ela qualifica as pessoas, melhora a imagem e a autoestima. E, além de tudo, gera encanto e felicidade —um conjunto de elementos fundamentais para sermos uma sociedade melhor e mais justa. Aqui, a política cultural não é gasto, é investimento. Com alto potencial de retorno econômico e institucional.

*Artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo desta segunda (18/03)

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