O Globo (24) – Na opinião de vários especialistas em finanças públicas, o ajuste orçamentário, da ordem de R$ 10 bilhões, anunciado pelo governo federal, provavelmente não será suficiente para que, este ano, União, estados e municípios acumulem um superávit primário da ordem de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). O “congelamento” nos preços de alguns combustíveis (diesel e gasolina), a redução nas tarifas de energia elétrica e as desonerações tributárias tiveram impacto direto e indireto sobre a arrecadação e os repasses recebidos por estados e municípios, de modo que desses entes federativos pouca contribuição se pode esperar para se atingir a meta de superávit primário.
O maior esforço fiscal teria de vir mesmo do governo federal, que concentra grande parte da receita tributária do país. Além do mais, é a política econômica da presidente Dilma que foi posta em xeque e seria importante, neste momento, que o governo desse uma demonstração clara de correção nos rumos.
Não se trata de uma opinião de opositores, pois é compartilhada por autoridades responsáveis dentro da própria equipe econômica. Em entrevista recente ao jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que está pessoalmente se empenhando para recuperar a confiança das pessoas na economia, pois somente assim os investimentos serão retomados e o país
conseguirá prosseguir em um processo de recuperação gradual.
Embora a política fiscal não seja de sua alçada, Tombini considera que o governo não pode deixar dúvida sobre suas intenções de atingir ou não os objetivos relativos às contas públicas. “O importante é que o governo defina. E quando definir, forneça um detalhamento à sociedade sobre como isso será alcançado”, observou o presidente do Banco Central.
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