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Em viagem à África, tucanos ampliam política externa

O senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) retorna nesta terça-feira (16) de viagem oficial ao continente africano, onde acompanhou o chanceler Aloysio Nunes Ferreira Filho em visita a seis países para firmar alianças e demonstrar a importância das relações bilaterais para nova politica externa do Brasil. Junto com o ministro, Anastasia esteve em Namíbia, Botsuana, Malawi, Moçambique, África do Sul e São Tomé e Príncipe em uma série de eventos e encontros com presidentes, ministros e autoridades locais.

“A missão foi muito proveitosa. Pude ser testemunha dos avanços das relações bilaterais entre o Brasil e essas Nações, duas delas de língua portuguesa, Moçambique e São Tomé e Príncipe. Namíbia, Botsuana e Malawi, ainda em desenvolvimento, tem forte presença brasileira na cooperação internacional. E na África no Sul mantemos relações econômicas muito fortes. É claro que as oportunidades para o Brasil são extremamente positivas. O Brasil é muito bem-visto nesses países, tem uma presença cultural maciça, há uma grande simpática do povo africano pelo povo brasileiro, com uma presença bem organizada do Itamaraty nessas Nações”, ressalta Anastasia.

De fato, a presença brasileira nesses países tem surtido efeitos positivos para a economia. A intenção é que o estreitamento das relações possam também colaborar para que o Brasil saia da crise em que foi inserido. As exportações brasileiras para países da União Aduaneira da África Austral (UAAA) – formado pela África do Sul, Botsuana, Lesoto, Suazilândia e Namíbia – cresceram 19%, só no primeiro trimestre de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado.

A missão

Na Namíbia, Anastasia e Aloysio foram recebidos pelo presidente Hage Geingob, além de manterem conversas com o presidente da Assembleia Nacional, Peter Katjavivi, a ministra das Relações Internacionais e Cooperação, Netumbo Nandi-Ndaitwah, além de diversos outros ministros de Estado. O Brasil mantém destacado projeto de cooperação naval com a Namíbia, iniciado em 1994, que já resultou na formação de mais de 1.000 militares namibianos em escolas brasileiras, contribuindo para o objetivo comum de promover a paz e a segurança no Atlântico Sul.

“Conversamos especialmente sobre essa colaboração que o Brasil já faz com as políticas de Defesa Nacional. A Marinha de Guerra desse País é toda treinada pela Marinha do Brasil. Discutimos ainda questões de energia. A Namíbia é um País que depende da energia da África do Sul e de Angola. E o Brasil, como todos sabemos, tem a experiência em fontes alternativas. Há aí também, portanto, oportunidades para cooperação, como também na questão da educação e da agricultura”, afirma Anastasia.

Da Namíbia, a missão partiu para Botsuana, país com o qual o Brasil mantém importantes projetos de cooperação nas áreas de cooperativismo e combate ao HIV/AIDS. Lá se reuniram com a ministra de Assuntos Internacionais e Cooperação, Pelonomi Venson-Moitoi, com o ministro de Desenvolvimento Agrícola e Segurança Alimentar, Patrick Ralotsia, e com a ministra da Saúde e Bem-Estar, Dorcas Makgato, discutindo cooperação técnica entre os dois Países. Botsuana é um dos países de mais alto crescimento na África, o que oferece grandes oportunidades para o aumento do comércio e dos negócios com o Brasil.

Anastasia e Aloysio estiveram também no Malawi, em encontro com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da República do Malawi, Francis Kasaila. Foi a primeira viagem de um chanceler brasileiro àquele país desde o estabelecimento das relações diplomáticas, em 1964. Durante a visita, foram assinados diversos memorandos de entendimento e cooperação.

Moçambique

Em Moçambique, o senador e o ministro participaram da abertura de seminário de empresários entre Brasil e Moçambique. Os dois se encontram com o ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, apresentando pontos de interesse para cooperação, reunião que culminou com a assinatura de protocolo de entendimento entre os dois países. Com o embaixador do Brasil, Rodrigo Baena Soares, participaram ainda da cerimônia de reinauguração do Centro Cultural Brasil-Moçambique e da inauguração do auditório Vinícius de Moraes, em Maputo.

“É notório que Moçambique, que é o País com que o Brasil tem a maior cooperação internacional, é um aliado estratégico geopoliticamente. Nossas relações são muito próximas, não apenas pela língua, costumes e trajetória cultural, mas também pelas perspectivas para o futuro”, destaca Anastasia. O Brasil, de fato, mantém projetos pioneiros e estruturantes com esse País, que abarcam áreas como saúde, agricultura, educação e formação profissional. O País também é importante destino de investimentos privados brasileiros, cujo estoque chega a 9 bilhões de dólares.

A inauguração do maior desses investimentos contou com a participação de Anastasia e Aloysio e do presidente Filipe Nyusi, que os recebeu em audiência. O Corredor Logístico de Nacala, importante investimento da Vale em parceria com a estatal Portos e Caminhos-de-Ferro de Moçambique, conferiu ao Brasil o status de maior investidor estrangeiro daquele país e contribuirá para o desenvolvimento das economias moçambicana e malawiana.

“Não há dúvida que esse foi o ponto forte da viagem. O corredor logístico em Nacala, que atende Moçambique e o Malawi – e pode ser que no futuro atenda também a República de Zâmbia – é uma obra monumental. É um grande corredor de exportação de carvão, mas que também pode servir para passageiros e cargas”, ressalta Anastasia.

África do Sul e São Tomé e Príncipe

Na África do Sul, o senador Anastasia e o ministro Aloysio Nunes se reuniram com a ministra de Relações Internacionais e Cooperação, Maite Nkoana-Mashabane, e em seguida, participaram do encerramento de seminário que reuniu empresários brasileiros e sul-africanos. “As relações entre Brasil e África do Sul são muito profundas, não apenas por causa dos BRICS e da identidade cultural que temos, mas também pelo papel geopolítico desempenhado pelos dois Países no Atlântico Sul. Temos cooperação na área de defesa, educação, ciência e tecnologia, e inúmeras empresas brasileiras atuando na África do Sul, assim como empresas sul-africanas em nosso País. As possibilidades de cooperação são evidentes, e o seminário de empresários demonstrou isso muito bem. É uma parceria que está dando certo e veio pra ficar”, afirma Anastasia.

A viagem se encerrou por São Tomé e Príncipe, onde estiveram com o primeiro-ministro Patrice Trovoada. É um pequeno País, mas com localização estratégica e com forte cooperação com o Brasil.

“Os avanços são notáveis. Não há dúvida que a presença do chanceler Aloysio Nunes nesses Países serviu para demonstrar, em primeiro lugar, a prioridade da África na política externa brasileira. Em segundo lugar, a determinação do Governo Brasileiro em estar presente nesses Países, cooperar com seu desenvolvimento, possibilitar negócios para brasileiros na África, cooperação educacional com a presença deles nas nossas Universidades, apoio na área de saúde e muitas tantas outras áreas. Uma missão muito importante e que foi muito bem recebida nos Países em que passou, onde ficou claro que o Brasil é uma potência mundial que tem, especialmente na África, parcerias muito sólidas”, avalia o senador Anastasia.

* Da assessoria do senador Antonio Anastasia

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