PSDB – PE

Entrevista com o deputado José Anibal

O pior cenário

A queda da popularidade do presidente Fernando Henrique Cardoso nas pesquisas retrata ¥o pior momento¥ do seu governo, mas não fixa um quadro definitivo, conforme conclusão a que chegaram estrategistas do governo. O presidente nacional do PSDB, deputado José Aníbal (SP), acha que a superação desse cenário já começou com as iniciativas adotadas para resolver a crise energética e minimizar seu impacto na economia e na oferta de empregos.

Ação – O cenário político no campo governista deve ser visto com base em dois movimentos, explica Aníbal. O primeiro e mais importante é o que faz o próprio governo com suas ações. A ofensiva da equipe econômica deflagrada na semana passada mostrou os recursos de que dispõe o presidente para manter o rumo do seu programa. ¥Nos subestimaram achando que o governo tinha acabado e o controle da economia estava perdido¥, diz.

O segundo movimento descrito por Aníbal é de natureza partidária. Na posição de principal legenda da base de apoio de Fernando Henrique, o PSDB reorganizou-se internamente e se prepara, segundo ele, ¥para desconstruir o programa e as críticas da oposição¥.

A tese tucana é que o PT, principal partido de oposição, com a discussão que abriu de seu programa econômico, chegou ¥somente agora¥ a um ponto que o governo Fernando Henrique já se prepara para ultrapassar. Um exemplo: a oposição passou a apoiar a cobrança da CPMF, um imposto considerado ainda necessário pelo governo, mas também deletério para a saúde da economia de mercado.

O presidente do PSDB concorda que as pesquisas retratam a frustração da sociedade com erros como o da área de energia. Ele acredita, contudo, que se a pilotagem da economia for bem feita e a crise do apagão for superada, o quadro eleitoral mudará muito. E é nesse quadro que surgirá o candidato que Fernando Henrique apoiará à sua sucessão. Até que isso ocorra, Aníbal considera ocioso especular sobre a eleição de 2002. Ele garante que o PSDB não está ansioso com a situação, pois crê que há tempo para escolher um candidato competitivo.

ACM se retrata com FHC

O ex-senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) escreveu carta ao presidente Fernando Henrique na qual nega ter afirmado que ele (o presidente) dera ordens para o ex-ministro Eduardo Jorge pedir dinheiro extra-oficialmente a empresários na campanha de 1998. ACM nega também ter dito que o ex-ministro estaria envolvido em arrecadação desse tipo ou acusado o presidente de ter comandado tal esquema. ¥O que afirmei¥, frisa ACM na carta datada no dia 20, ¥foi que, em encontro com V.Ex.ª, disse-lhe que algumas pessoas de minhas relações gostariam de fazer doações à campanha e perguntei-lhe a quem deviam procurar, ao que V. Ex.ª respondeu: ¥Um dos coordenadores do comitê, Bresser Pereira ou Eduardo Jorge.¥

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