
Aloysio Nunes: O ministro Jacques Wagner foi solicitado pelo presidente do Senado a ceder uma aeronave da FAB para levar essa delegação, que é uma delegação oficial, foi resultante de uma deliberação do Senado. O ministro Wagner encaminhou essa solicitação às autoridades venezuelanas porque, em se tratando de um avião militar, é preciso de autorização para pouso, e, até agora, não há uma resposta. Então, diante disso, nós vamos e entendemos que é uma negação.
É uma interpretação ou de fato ocorreu uma informação – ainda que extraoficial – por parte do ministro Wagner para o presidente Renan, de que a Venezuela havia negado o pouso dessa aeronave militar?
Aloysio Nunes: O ministro Wagner não me disse isso. O ministro Wagner me disse ontem, às 7 horas da noite, que até aquele momento não tinha ainda obtido qualquer autorização do governo venezuelano.
Houve outras tentativas, inclusive com ex-presidentes da América Latina, que foram impedidos de ter acesso aos presos. Como vocês vão tentar contornar isso?
Aloysio Nunes: Nós iremos lá e pediremos autorização para visitar. Se nos negarem, será mais uma negativa. Nós vamos chegar a quem administra o presídio e pedir para visitar. Se ele disser não, como já disse a outros, nós levaremos isso em conta, e faremos outras manifestações.
Em relação à participação da Venezuela no Mercosul. Há uma corrente no Senado dizendo que a falta do respeito aos princípios democráticos deveria viabilizar uma moção de repúdio. O PSDB concorda com isso?
Aloysio Nunes: A moção de repúdio já foi votada pelo Senado. Já foi aprovada. Estamos estudando, inclusive, medidas judiciais, porque o comprometimento da Venezuela com a cláusula democrática atende a um acordo que foi firmado pela Venezuela e pelo Brasil, quando a Venezuela ingressou no Mercosul, e é uma das cláusulas democráticas do Mercosul e também é da OEA. Mas é preciso que a OEA e o Mercosul se pronunciem sobre a questão da permanência da Venezuela, dada a infringência notória das cláusulas democráticas.