Brasília (DF) – Se a admissibilidade do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff for confirmada pelo Senado Federal nesta quarta-feira (11/05), mais de 700 pessoas deverão engrossar as estatísticas de 11 milhões de desempregados no Brasil. São os 738 funcionários do Palácio do Planalto que foram nomeados para o cargo e não possuem qualquer vínculo com o funcionalismo público. As informações são do Portal da Transparência.
Desse contingente, 103 pertencem aos níveis 5 e 6 do chamado DAS (Direção e Assessoramento Superior). Outros nove ocupam cargos de Natureza Especial. Segundo reportagem do blog do jornalista Fernando Rodrigues, os nomeados têm direito a tablets e celulares, além de uma cota para gastos mensais com telefonia que varia de R$ 200 a R$ 500.
Para o deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE), o progressivo aparelhamento do Estado conduzido pelas gestões petistas de Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajudou o Brasil a chegar ao atual patamar de crise política, econômica e social sem precedentes.
“Com certeza esse tamanho de Estado inchado ajudou a levar o país para a crise atual. A nossa mobilização será para que, a partir dessa nova etapa, a gente resolva essa prática. A preocupação é que, com a saída de Dilma, as próximas pessoas no poder não acabem construindo o mesmo formato. O Brasil não aguenta mais pagar essa conta. O primeiro esforço necessário do novo governo deverá ser o de estancar esse aparelhamento e essa ocupação partidária no que deveria ser a máquina para subir o país”, afirmou.
Alguns dos comissionados também fazem uso de imóveis funcionais. São 107 apartamentos vinculados à Presidência da República, sendo que 41 são ocupados por pessoas nomeadas. Os demais são usados por funcionários de carreira, efetivos e requisitados de outros órgãos. Alguns desses imóveis estão ocupados desde o início do governo Lula, em 2003. É o caso do assessor especial Marco Aurélio Garcia. De acordo com a lei, uma vez exonerados, os servidores terão 30 dias para deixar as moradias.
O deputado Daniel Coelho também classificou como acertada a decisão do vice-presidente Michel Temer, caso assuma o governo, de cortar pelo menos dez ministérios. O número de pastas deverá cair de 32 para 22. Segundo o tucano, o enxugamento da Esplanada dos Ministérios é o primeiro passo para enxugar a máquina pública e reequilibrar as finanças do país.
“Sem dúvida nenhuma é uma decisão acertada. Não só diminuir o número de ministérios, mas também dos próprios funcionários comissionados. Precisa-se diminuir o custo com a política para reequilibrar as contas do Estado”, completou o parlamentar.
‘Estado inchado ajudou a conduzir o Brasil à crise atual’, diz Daniel Coelho sobre os 700 comissionados do Planalto
