PSDB – PE

“Existe uma barreira invisível que impede as mulheres de ascenderem na carreira”, constata Terezinha Nunes

“Em via de regra, as mulheres compõem a base das estruturas institucionais”, Terezinha Nunes

Em audiência pública, nesta terça-feira (20) na Assembleia Legislativa de Pernambuco, que tratou das causas e efeitos da baixa representatividade feminina nos espaços de poder, a presidente do PSDB Mulher-PE, deputada Terezinha Nunes, destacou números de diferentes áreas e esferas de poder que ilustram bem o quadro. A tucana foi autora do pedido da audiência realizada no âmbito da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher.

Em relação ao Poder Judiciário, Terezinha citou que “81% dos membros do Superior Tribunal de Justiça (STJ) são homens; quanto ao Legislativo, o exemplo veio da Câmara dos Deputados, onde a bancada feminina gira em torno de 10%; e o fato de 96,3% dos governadores serem homens demonstram a falta de paridade também no Executivo”.

“Na administração pública federal, as mulheres respondem apenas por 39,7% dos cargos comissionados e, dentre eles, os de menor remuneração. Das 22 secretarias estaduais de Pernambuco, apenas duas são lideradas por mulheres. Em via de regra, as mulheres compõem a base das estruturas institucionais. Existe uma barreira invisível, o chamado teto de vidro, que as impede de ascender na carreira”, lamentou a tucana.

A pesquisadora da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Cristina Buarque, acredita que o caminho para enfrentar esta realidade passa pela “união de mulheres e homens envolvidos com as causas feministas e pela tomada de consciência de que algumas igualdades numéricas não representam, necessariamente, paridade”.

Representando o Ministério Público do Estado, a promotora Geovana Belfort esclareceu que remunerar de forma diferente homens e mulheres que realizem as mesmas funções é uma “prática ilegal”. “A instituição pode ser acionada para sanar a disparidade dentro das empresas”, esclareceu.

Para enfrentar esse problema da sub-representatividade feminina em cargos públicos estaduais, foram retiradas da audiência pública as seguintes sugestões: a criação de um fórum permanente para debater o tema e um estudo sobre a constitucionalidade e a viabilidade de se criar um projeto de lei que obrigue a paridade de gênero na ocupação dos cargos comissionados do Estado.

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