PSDB – PE

“Expoentes da esquerda aderem ao Fora Dilma”, por Terezinha Nunes

terezinhanunesPara evitar que grupos de esquerda acabassem aderindo à tese do impeachment, incluindo os movimentos sociais, o PT se apressou a “vender” a teoria da “conspiração” e do “golpe” no ano passado para rebater a tese do impeachment que, aliada ao desgaste do presidente da Câmara Eduardo Cunha, fizeram com que arrefecesse a pressão das ruas pelo afastamento da presidente no final do ano.

Já se sabia, porém, que o convencimento existente na sociedade de que Dilma não tem mais condições de governar – o que tem se agudizado por conta da crise econômica – acabaria por fazer com que a tese do impedimento voltasse com força no início deste ano.
E foi o que aconteceu. Não é àtoa que a ex-senadora Marina Silva, fundadora da Rede, e Luciana Genro, fundadora do PSOL, concederam entrevistas recentemente defendendo a saída da presidente.

Marina, uma das que trabalharam abertamente contra o impeachment mudou de opinião. Agora diz que impeachment não é golpe mas acha que é difícil implementá-lo passando a defender a cassação da presidente e do vice, através do processo a ser julgado pelo TSE por abusos cometidos durante a campanha. Segundo ela, a cassação via TSE permitirá uma nova eleição, sepultando a aliança PT/PMDB, que produziu os desmandos atuais.

Luciana continua contra o impeachment mas diz que Dilma precisa entender que não tem mais condições de construir as bases necessárias para tirar o país da grave crise em que se encontra e acha que a presidente deve renunciar e convocar eleições : “a forma de resolver o imbróglio é devolver a soberania a quem ela pertence: o povo”.

Não há dúvida de que a crise se agravando, como está previsto, e o desemprego aumentando junto com a inflação, tanto Marina quanto Luciana podem acabar aderindo mesmo ao impeachment se for esta a única forma de tirar a presidente do cargo.

O fato, porém, de estarem convencidas de que Dilma não tem mais condições de continuar no comando da Nação é uma evolução e tanto que deve ser considerada nos próximos passos a serem dados pelo Congresso Nacional e pela própria justiça, no caso, o STF, que regulamentou o impeachment dificultando sua tramitação e desagradou a muita gente, e o TSE que vai marcar o julgamento da ação interposta pelo PSDB solicitando que a presidente e seu vice sejam afastados por ter cometido crimes eleitorais.

Os discursos de Marina e Luciana, ambas presidenciáveis em 2014, embora com palavras diferentes, correm no mesmo sentido. Ambas consideram que a crise vai se agravar e que Dilma terá mais ainda dificuldades para governar. “Dilma não tem mais liderança política no país e nem no Congresso” – afirma Marina, apontando para a necessidade de afastamento.

Luciana, como posto acima, não é tão direta mas descredencia Dilma dizendo que a presidente mudou o ministro mas é a verdadeira condutora da política econômica que, segundo ela, só penaliza os trabalhadores. Luciana conclui que nenhum movimento social vai para a rua defender a política econômica da presidente.

O desgaste do ex-presidente Lula vai, certamente, aumentar o número dos expoentes de esquerda que passarão a se enquadrar na turma do Fora Dilma até para tentar reduzir o vexame que será continuar defendendo a presidente até outubro de 2018.

*Terezinha Nunes é presidente do PSDB Mulher-PE

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