O senador e presidente nacional do Instituto Teotonio Vilela (ITV), José Aníbal (PSDB-SP), fez um discurso severo contra a presidente afastada Dilma Rousseff, nesta segunda-feira (29), em sessão de julgamento do processo de impeachment no Senado Federal.
O tucano lembrou que os dois já militaram juntos, e disse que torcia pelo sucesso do governo da petista até 2012, quando Dilma publicou a medida provisória 579. Segundo Aníbal, a MP tinha claros fins eleitorais, e desorganizou o setor elétrico, que mergulhou em uma crise vivida ainda hoje.
“Movida por uma postura autocrática, a senhora tinha um claro propósito político-eleitoral. Então constatei que sua motivação impulsiva em reduzir a conta de luz na marra, resultaria em dar com mão pequena o que logo a seguir seria retirado com mão grande. Pouco depois, todas as famílias brasileiras pagaram, em média, cinco vezes mais o equivalente ao desconto que receberam”, declarou o senador.
Em sua fala, José Aníbal também mencionou a crise sofrida pelos fundos de pensão das principais estatais brasileiras. O senador destacou o rombo acumulado pelo Postalis, o fundo de pensão dos Correios, que arrecadou, em 2015, o prejuízo de R$ 1,2 bilhão, que será equacionado entre os funcionários da empresa.
“Durante essas longas horas aqui hoje, a senhora não teve a humildade de reconhecer qualquer um dos seus graves erros.Os fundos de pensão para os quais – no caso dos Correios – mais de 100 mil funcionários ativos e inativos, ou até mais, vão ter que contribuir com mais de 17% durante 23 anos para recuperar o rombo deixado pela sua gestão, e não é diferente dos outros”, destacou Aníbal.
O tucano acusou ainda a presidente afastada de “terceirizar suas responsabilidades”, e declarou que, diante dos fatos, Dilma já não tem mais condições de continuar a governar.