Editorial publicado na edição de sábado (5) do jornal O Estado de S. Paulo
Ao tomar posse como suplente de uma cadeira na Câmara dos Deputados, no dia 3, José Genoino foi parcimonioso em declarações aos jornalistas e garantiu que se sentia “confortável” ao assumir mandato parlamentar enquanto aguarda a tramitação em julgado da sentença do Supremo Tribunal Federal que o condenou, no processo do mensalão, a 6 anos e 11 meses de prisão. Na verdade, naquele momento o ex-presidente do PT poderia estar-se sentindo tudo, menos “confortável”.
Comprovam-no todas as fotos em que aparece durante a rápida e discreta solenidade realizada no gabinete do presidente da Câmara para dar posse a 17 dos quase 30 suplentes de parlamentares que foram eleitos prefeitos ou assumiram secretarias municipais. O flagrante estampado na primeira página do Estado (4/1), de autoria do fotógrafo Beto Barata, tomado no momento em que Genoino prestava declarações à imprensa tendo vários microfones à sua frente, escancara a expressão constrangida de uma pessoa que tem perfeita consciência do extremo incômodo do instante que estava vivendo.
Para emoldurar a cena patética, atrás de Genoino três deputados petistas que o acompanhavam – José Mentor, Ricardo Berzoini e José Guimarães, seu irmão – exibem fisionomias carrancudas mais adequadas a um velório do que ao ato presumivelmente jubiloso que testemunhavam. Muito melhor do que palavras, essa foto ilustra o transe doloroso a que a falência dos princípios republicanos está levando o ofício da política, como nunca antes na história deste país.
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