Os prefeitos tucanos que assumiram seus mandatos em 2017 não encontraram um cenário econômico muito favorável. Além de, em muitos casos, herdarem dívidas de gestões de seus antecessores, a recessão conduzida pelos governos petistas no plano federal ainda representa um enorme obstáculo no caminho do equilíbrio fiscal. Mesmo assim, os gestores têm buscado alternativas para driblar a crise, seja promovendo reformas administrativas ou cortes de gastos.
Em Caruaru (PE), o caminho encontrado pela prefeita Raquel Lyra (PSDB) foi promover uma reforma administrativa, encaminhada para a Câmara Municipal, onde será analisada pelos vereadores. O projeto reduz de 23 para 20 o número de secretarias e corta cargos comissionados, que passam de 723 para 535. “Vamos trabalhar um novo modelo de gestão, com ações integradas entre as secretarias, por territórios, e com ações participativas e transparentes”, avaliou a tucana.
O exemplo foi replicado em Jundiaí (SP), pelo prefeito Luiz Fernando Machado (PSDB). O projeto de reforma administrativa prevê a economia de R$ 10 milhões por ano, por meio da redução do número de cargos comissionados – dos 451 disponíveis, 125 serão cortados – e da valorização dos servidores públicos, que deverão ocupar 20% dos cargos de comissão.
Para o tucano, a reforma vai estabelecer uma nova forma de administrar, que tem como foco a qualidade do serviço oferecido aos cidadãos. “A economia vai permitir investirmos em áreas prioritárias, como, por exemplo, saúde e educação”, justificou.
Já em Vila Velha (ES), assim que assumiu o cargo, o tucano Max Filho anunciou cortes nos salários mais altos da Prefeitura, o que vai gerar uma economia de R$ 1 milhão por mês aos cofres municipais. “O momento é de contenção de despesas e não para aumento de gastos. Por isso é importante a redução do salário do prefeito e vice-prefeito. Com esse teto, nenhum servidor municipal receberá mais que R$ 13.803, o novo salário do prefeito”, disse à época.
Ele acrescentou: “Nós, administradores, temos apenas uma certeza para 2017: as despesas, pois as receitas estão caindo constantemente”.
Diferencial tucano – Com uma dívida de cerca de R$ 2,2 bilhões deixada pela gestão da ex-prefeita Dárcy Vera (PSD), o prefeito de Ribeirão Preto, Duarte Nogueira (PSDB) promoveu uma série de medidas de austeridade e corte de gastos que já têm dado resultados positivos. Segundo o Comitê de Otimização do Gasto Municipal (Cotim), a redução de gastos da administração nos dois primeiros meses desse ano já chegou a R$ 30 milhões. Até o final de 2017, a estimativa é que a economia alcance os R$ 180 milhões.
Frente às dificuldades impostas pelo caótico cenário econômico, o prefeito Duarte Nogueira exaltou o diferencial das gestões do PSDB, que têm encontrado saídas para contornar a crise deixada pelo Partido dos Trabalhadores.
“Há um sentimento por parte da população que as administrações do PSDB são administrações que têm austeridade, colocam a máquina em ordem, têm por conceito a credibilidade. Mais do que recuperar a capacidade dos investimentos e reconstruir o município depois do furacão que a gente teve aqui, de corrupção, de desacertos administrativos, de incompetência, o que mais importa é o aspecto da recuperação da confiança da população no governo municipal, que é o que a gente preliminarmente já vem sentindo”, completou o gestor de Ribeirão Preto.
*Do PSDB nacional com alterações