Brasília – O governo de Cuba está pressionando os médicos cubanos que estão no Brasil, no programa Mais Médicos, para que seus familiares que também vieram ao país retornem à sua terra natal. A informação foi publicada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta sexta-feira (13).
Segundo o jornal, autoridades cubanas ameaçam os médicos informando que, caso os parentes não voltem a Cuba, os profissionais serão também obrigados a deixar o Brasil. O regime de Raúl Castro permite aos familiares visitas ao Brasil, mas proíbe a residência em caráter mais prolongado. Atualmente, segundo a Folha, há filhos de médicos cubanos que estudam em escolas brasileiras e cônjuges que arrumaram trabalho em território nacional.
“O recado foi claro. Se os familiares não voltarem, seremos substituídos”, disse a Folha um médico que trabalha na Grande São Paulo, em uma unidade que recebeu a visita da vice-ministra da Saúde de Cuba, Estela Cristina Morales. Ela, segundo a Folha, tem feito “diariamente” a pressão sobre os profissionais cubanos.
O deputado federal Célio Silveira (PSDB-GO) destacou que o episódio reforça a “discriminação” que o governo brasileiro pratica em relação aos médicos cubanos. “Eles recebem salário menor do que outros estrangeiros do Mais Médicos e têm sua liberdade cerceada. Nem mesmo a companhia da família podem ter. É lamentável, e isso mostra o quanto o governo Dilma está preocupada em enviar dinheiro do Brasil para ajudar Cuba”, disse.
O tucano destacou também que a opção do governo federal pela contratação de profissionais estrangeiros para o Mais Médicos demonstra o abandono da saúde pública promovido pela gestão de Dilma Rousseff.
“Para uma população que não tinha acesso a nada de qualidade, os médicos cubanos acabaram aparecendo como uma boa alternativa. Mas não podemos concordar com a chegada desses profissionais sem que uma avaliação prévia da capacidade deles, por meio da revalidação de diplomas, seja executada. É aí que fica a nossa crítica”, afirmou.