Levantamento feito pelo jornal Folha de S. Paulo, publicado nesta terça-feira (11), revela que os gastos secretos com cartões, realizados pelo governo da presidente Dilma Rousseff, atingiram R$ 6,5 milhões a dois meses do fim da eleição.
O montante é superior às despesas em 9,2% dos R$ 5,9 milhões registrados em todo o ano passado.
Os cartões corporativos são usados, por exemplo, em despesas com compra de materiais, prestação de serviços e abastecimento de veículos oficiais, cujos valores estão disponíveis no Portal da Transparência.
Mas os gastos sigilosos dizem respeito às despesas consideradas de “segurança nacional”, às viagens e à alimentação da presidente Dilma e até à locação de veículos, discrimina o jornal.
A Folha procurou saber do governo Dilma o número de funcionários que usam o cartão da presidência e os limites de gastos, mas não obteve resposta.
O jornal ouviu um especialista em análise de orçamentos públicos, o sócio do portal Contas Abertas, Gil Castelo Branco. Segundo ele, “certos dados (das despesas com cartões) são secretos muito mais para não expor hábitos de presidentes e ministros”.
O uso dos cartões corporativos já foi alvo de uma série de denúncias no primeiro escalão do governo do ex-presidente Lula, em 2008, que resultaram, inclusive, na instalação de uma CPI no Senado.