Brasília – O governo federal registrou, em abril, seu pior resultado para a arrecadação de tributos para o mês nos últimos cinco anos. Em comparação com abril do ano passado, o recuo foi de 4,62%. Para reverter o problema, o governo considera o aumento de impostos – medida que, na avaliação do deputado federal Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), poderia representar ainda mais desaceleração na atividade econômica.
Os números sobre a arrecadação foram anunciados na quinta-feira (20) pela Receita Federal. O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, Claudemir Malaquias, entrevistado pelo jornal O Estado de S. Paulo, sugeriu que o aumento de impostos e a alteração na política de desonerações deve aparecer como uma resposta às modificações feitas pelo Congresso Nacional ao ajuste fiscal apresentado pelo governo.
“À medida que esses efeitos vão sendo reduzidos, revertidos parcialmente dentro do processo legislativo, evidentemente que novas medidas terão de ser adotadas”, disse. “Não é possível, neste momento, especificar quais medidas serão essas, quais tributos”, acrescentou.
Hauly aponta contradição na ideia sugerida pelo governo. “A economia está parada e o governo quer aumentar os custos para o cidadão? Não faz sentido. Para reverter a crise é preciso investir, gerar empregos, criar oportunidades. Ao aumentar impostos, o governo vai tirar dinheiro das pessoas e também dos investidores”, ressaltou.
O tucano disse ainda que a diminuição na arrecadação de impostos explicita um quadro de recessão. “Nossa economia parou. Ou, melhor dizendo: a economia está regredindo. Estamos em um processo de decréscimo que afeta principalmente a indústria, mas também se vê no setor de serviços”, disse o tucano, que lembrou projeções que apontam um PIB negativo em 2015.
Segundo Hauly, há em curso no país um ciclo negativo. A diminuição da atividade econômica resulta em menos empregos, o que gera menos consumo e a redução da renda dos brasileiros como um todo.