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“Imprevidência e má economia”, por Márcio Garcia

O Valor Econômico – A continuidade política do último decênio não se reproduziu na política econômica. Na crise de 2002, para poder garantir condições mínimas de governabilidade, o presidente Lula foi forçado a romper com a política econômica historicamente defendida pelo PT e abraçar as políticas do governo anterior, até mesmo as aprofundando, como no caso do aumento da meta para o superávit primário. No dizer de um especialista, Lula viu o abismo, e dele sabiamente soube se afastar. Por ter a política econômica até 2005 dado seguimento ao que vinha sendo feito no governo anterior, a economia pôde surfar o tsunami de prosperidade que veio da China.

Infelizmente, assim que a pressão se reduziu, as politicamente custosas reformas estruturais que deveriam alavancar nosso crescimento foram colocadas de lado. Em vez de preparar para o inverno, passamos a maior parte do verão da economia mundial cantando, tal como a cigarra da fábula de La Fontaine. Tendo o verão chegado ao fim, nossos policy-makers, visivelmente atarantados, tentam sobreviver, aos trancos e barrancos, ao inverno de baixo crescimento com inflação. Culpam a crise externa, como se a chegada de invernos fosse algo novo. Até mesmo as formigas do continente, Chile, Colômbia, México e Peru, exibem robusto crescimento com inflação controlada, numa demonstração cabal de que teria sido possível trajetória bem melhor.

Mas, ao contrário do destino da cigarra na fábula, a vida continua. É, portanto, fundamental avaliar se estamos, ao menos, nos preparando bem para o futuro. Infelizmente, o quadro não se afigura alvissareiro.

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