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Indústria mantém ritmo e reafirma recuperação

A recuperação da atividade industrial brasileira iniciada em janeiro continuou em fevereiro, só que em ritmo mais lento. O indicador de vendas reais (descontada a inflação) da CNI (Confederação Nacional da Indústria), já livre dos fatores típicos (sazonais) do período, registrou crescimento de 0,13% em fevereiro na comparação com janeiro. O mesmo indicador havia apresentado crescimento de 2,54% em janeiro.

A atividade prossegue em recuperação gradual, moderada e suave¢¢, disse a economista Simone Saisse, coordenadora adjunta da Unidade de Política Econômica da CNI.

Das cinco variáveis pesquisadas pela CNI, três apresentaram crescimento na série dessazonalizada e dois ficaram negativas. Dos ítens negativos, o pessoal empregado, com queda de apenas 0,02%, foi considerado pelos técnicos da CNI como estável.

As horas trabalhadas caíram 1,78%, anulando cerca da metade do crescimento de 3,6% que havia sido acumulado em dezembro e janeiro.

Além do das vendas, foram positivos os resultados dos salários líquidos reais, com alta de 0,51%, e do nível de utilização da capacidade instalada, que passou de 80,1% em janeiro para 80,2% em fevereiro.

Se a comparação for feita com igual mês do ano anterior, a queda ainda é generalizada: 0,08% nas vendas, 1,28% no pessoal empregado, 0,55% nas horas trabalhadas na produção, 0,98% nos salários líquidos e 1,3 ponto percentual na utilização da capacidade instalada.

No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, em relação a igual período do ano passado, as vendas da indústria cresceram até fevereiro 0,94%. As horas trabalhadas praticamente ficaram estáveis, com alta de 0,04%. Pessoal empregado e salários reais mostraram quedas, respectivamente, de 1,11% e 1,08%.

Saisse disse que os números de fevereiro não permitem arriscar uma previsão sobre o que aconteceu em março, embora a favor do resultado do mês passado esteja a pequena redução dos juros oficiais feita em fevereiro (de 19% para 18,75%, seguida de nova redução de 0,25 ponto percentual em março).

Ela disse também que o fator de incerteza trazido pelo movimento de alta do preço do petróleo colocou em risco a perspectiva de continuidade da queda dos juros. Essa continuação é considerada pela CNI fator essencial para que possa haver um aumento mais acelerado da produção industrial.

Mas a economista não descartou a esperança de o BC (Banco Central) vir a surpreender o mercado com nova queda dos juros. A favor dessa hipótese ela citou a manutenção da taxa de câmbio em patamar baixo, em relação ao segundo semestre do ano passado.

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