Há exatamente um ano os brasileiros foram às urnas carregados de esperança. Era enorme a expectativa de que o país iniciasse uma era de prosperidade e reencontrasse seus valores mais caros.
Um breve olhar para esses 12 meses só faz aumentar minha convicção de que a oposição travou na eleição o bom combate.
Falando a verdade, apresentamos aos brasileiros os problemas que o país precisava enfrentar e as nossas ideias para superá-los. Infelizmente a candidatura vitoriosa privou o Brasil desse debate, optando por criar uma grande ilusão em relação à situação do país, usando e abusando da mentira e da calúnia como principais armas de campanha.
O que prevíamos –e a presidente negava– aconteceu: o país parado, a economia em recessão, corrupção institucionalizada, ineficiência do governo escancarada, inflação e desemprego em disparada.
Os riscos se avolumaram. Soluções que apresentamos e foram hostilizadas passaram a ser agora perseguidas, ainda que de forma deturpada. A candidata vencedora fez o inverso do que prometera na campanha.
Mesmo sabendo da gravidade da situação fiscal do país e da necessidade urgente de ajustes, a presidente candidata insistiu na estratégia ilusionista até a última hora. No dia da eleição, publicou nesta Folha artigo pródigo em autoelogios e repleto de indicadores que já sabia serem insustentáveis.
Nele, ela se vangloriou das baixas taxas de desemprego, da inflação sobre controle e de “um importante equilíbrio macroeconômico”. Vendeu a ideia de um país governado com responsabilidade fiscal, quando já havia sido gestado o desastre em curso.
Somos um povo generoso que tende a perdoar erros e até mesmo a relevar a incompetência, quando percebe que há boa intenção. O engodo deliberado e a má-fé é que são imperdoáveis para nós, brasileiros. E é exatamente isso o que a população está dizendo todos os dias à presidente Dilma e ao PT.
Não há na política, especialmente nas crises, ativos mais valiosos do que confiança e credibilidade. A perda desses atributos é extremamente grave porque dificilmente se consegue recuperá-los. Essa é a verdadeira crise que atormenta o petismo.
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