Os caminhos da economia, G1 – A semana promete uma boa fotografia da economia brasileira nesse meio de ano. Não vai ser tão animadora quanto a da vitória do Brasil sobre a Espanha na final da Copa das Confederações. Nem tampouco vai esclarecer a trajetória dos principais indicadores econômicos.
Nesta terça-feira (02), o IBGE divulga a produção industrial de maio. As projeções do mercado indicam um resultado negativo – uma queda que pode ser maior do que 1% no período. Em abril, o setor cresceu 1,8%. A indústria continua seu caminho entre sobes e desces e não conseguiu ainda encontrar uma rota mais linear de recuperação. Talvez seja difícil encontra-la até o final deste ano.
Esse desempenho corrobora e colabora, negativamente, com um crescimento mais moderado da economia esse ano – uma expectativa já refletida na pesquisa feita pelo BC, o boletim Focus. Nesta segunda-feira (1), a previsão para o PIB de 2013 recuou pela sétima semana consecutiva, para 2,4%.
Para fechar a semana, o IBGE divulga o IPCA de junho. O mercado espera uma alta em torno de 0,33% o que, se confirmado, vai levar a inflação medida em 12 meses para 6,77%, ultrapassando novamente o teto da meta oficial, de 4,5%. Mesmo sendo um número ruim, ele é também reflexo de uma manobra estatística. Em junho do ano passado, o IPCA foi de 0,08%. O resultado de agora substitui o passado, levando o cálculo anual para cima.
Mesmo assim, a inflação brasileira segue pressionada, alta e desafiante. O Banco Central está com uma postura mais afirmativa e realista, assumindo que não vai ser rápida a queda dos preços. A projeção recente do mercado aponta um IPCA de 5,87% em 2013 e 5,88% em 2014.
A questão é se o BC vai realmente ficar sozinho no combate à inflação. Até porque, o próprio governo já decidiu que a meta a ser perseguida pelo Copom continua sendo de 4,5% no ano que vem e em 2015. Por enquanto, o governo ainda não deu sinais concretos de que vai conter os gastos públicos para ajudar o trabalho do BC.
Esse retrato revela, sobretudo, que a condução da política econômica segue errática e instável, por isso ainda é difícil traçar uma trajetória mais clara para o resto do ano. O que já está dado e é irreversível é que teremos um PIB menor, uma inflação maior e outros resultados negativos, como o das contas externas. O que ainda não dá para imaginar é se e o quanto o dano será contido.