Brasília (DF) – De todos os brasileiros prejudicados pela crescente pressão inflacionária, os que estão na classe média são os principais afetados, dizem os economistas.
Isso porque, todos os anos, impostos, contas de água e luz, mensalidades escolares, plano de saúde e seguros são reajustados acima da inflação divulgada pelo governo.
Apesar da taxa oficial ficar em torno de 6% anuais, estes itens, que pesam no orçamento familiar, aumentam de 20% a 30% a cada novo ano. As informações são de reportagem desta segunda-feira (24) do jornal Correio Braziliense.
Para o deputado federal Bruno Araújo (PSDB-PE), um dos vice-presidentes do partido, a inflação crescente sobre a classe média, que em 2011 passou dos 9%, é consequência de um descontrole financeiro.
– É o resultado de um governo que não planeja, não cumpre o que anuncia e tem total indisciplina com os gastos públicos, o que gera pressão sobre a taxa de juros e provoca o ressurgimento desse imposto mais perverso: a inflação, avaliou.
Desconforto – De acordo com o professor e coordenador do Centro de Macroeconomia aplicada da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Emerson Marçal, o crescimento do número de brasileiros com maior capacidade de gastar criou uma demanda que não está conseguindo ser atendida.
E quanto maior o orçamento, maior o consumo de serviços.
– Alguns serviços dão a sensação de desconforto, porque são itens inelásticos, ou seja, por mais que aumente a escola, o pai de família não vai retirar os filhos dela. Por mais que o plano de saúde seja reajustado, ele também não vai cortar o convênio, como trocaria um produto mais caro por outro mais barato na prateleira do supermercado, observou o economista ao Correio.
Endividamento – Bruno Araújo lembrou que o endividamento das famílias tem crescido a níveis preocupantes porque o mercado tem perdido sequencialmente a confiança na política econômica do governo Dilma.
Ele alertou que os próximos meses deverão ser de mais preocupação, caso não seja retomada a trajetória de crescimento e desenvolvimento iniciada pelo governo FHC.
– É por isso que vamos ter, com nossa campanha nacional, a missão de poder, com ações, relembrar o Brasil de que nós fomos, e queremos voltar a ser, o governo da estabilidade econômica, onde as famílias podiam planejar o seu futuro, acrescentou o parlamentar.