O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou a aliados que a presidente Dilma Rousseff o convidou para ocupar o ministério de sua preferência no governo. O petista teria pedido prazo até a próxima segunda-feira para responder a oferta.
Lula confidenciou estar indeciso, pois teme que uma nomeação passaria a imagem de que pretende escapar da prisão. Com um cargo na Esplanada, o ex-presidente ganharia foro privilegiado. Isso evitaria que fosse alvo de prisão autorizada por juízes de primeira instância, e seu caso passaria para análise do Supremo Tribunal Federal.
O deputado federal Daniel Coelho (PSDB-PE) acredita que a indicação de Lula denotaria confissão de culpa, além de tentativa de driblar a Justiça.
“Exatamente quando ele está na iminência de ser preso, ter que fazer isso é uma confissão de culpa e uma tentativa de driblar a Justiça. Precisamos ter cautela em relação às ações que estão acontecendo. Não cabe politizá-las. São ações do Ministério Público e da Justiça e não da política, mas a gente tem que proteger as instituições, deixar que elas funcionem com independência”, declarou.
O deputado aponta que as manobras do governo para blindar seus aliados reforçam que o PT já não tem mais credibilidade e que o Brasil não vai superar a crise enquanto o partido estiver à frente do país.
“Não há nenhuma credibilidade. Todo mundo já compreendeu que o Brasil não sairá da crise enquanto o PT estiver à frente do governo. Vindo de Lula ou não vindo de Lula, isso não vai mudar o fato que é a necessidade de afastar o PT do governo”, acrescentou o tucano.
Nessa quinta-feira, o Ministério Público de São Paulo pediu a prisão preventiva do ex-presidente Lula e mais seis pessoas na denúncia em que acusa o petista de esconder que é dono de um apartamento tríplex em Guarujá, litoral de São Paulo.